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Tesla quer contratar humano para 'cuidar' de robôs por causa de nova regra

Empresa de Elon Musk considera operadores humanos para superar limitações de sua frota autônoma de Cybercabs

Tesla planeja implementar sistema de tele operação para superar desafios da autonomia total em sua frota de Cybercabs. (Jeremy Moeller/Getty Images)

Tesla planeja implementar sistema de tele operação para superar desafios da autonomia total em sua frota de Cybercabs. (Jeremy Moeller/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 29 de novembro de 2024 às 08h48.

Última atualização em 29 de novembro de 2024 às 09h07.

A tão aguardada frota de Cybercabs da Tesla, divulgada como totalmente autônoma, pode contar com operadores humanos para lidar com situações mais complexas. A revelação vem de novas vagas de emprego publicadas pela empresa, que busca engenheiros de software especializados em C++ para integrar o setor de "operação à distância" da divisão "Tesla Bot and Robôtaxi".

De acordo com o site Popular Science, os novos contratados irão desenvolver sistemas que permitem "acesso remoto a nossos robotaxis e robôs humanoides" durante operações autônomas em ambientes desafiadores. Isso implica que, enquanto a Tesla avança na inteligência artificial que alimenta esses veículos, a empresa reconhece a necessidade de intervenção humana para superar tarefas mais complicadas.

Operação à distância com tecnologia avançada

Os engenheiros terão a tarefa de criar um programa que permite que operadores humanos assumam o controle remoto dos robôtaxis e dos robôs Optimus em situações específicas. O controle será feito por meio de um sistema avançado de realidade virtual, ainda em desenvolvimento, projetado para "transportar o operador ao mundo do dispositivo".

O objetivo, segundo a Tesla, é integrar hardware, firmware e sistemas de back-end para criar um sistema de teleoperação de ponta. A equipe trabalhará diretamente com outros setores da empresa para definir requisitos, tomar decisões de design e implementar a integração do software.

Uma prática comum na indústria

A dependência de operadores humanos em sistemas autônomos não é novidade no setor de veículos autônomos. Empresas como a Cruise, da General Motors, e a Waymo também utilizam trabalhadores remotos para auxiliar veículos em situações difíceis de serem resolvidas apenas com inteligência artificial. A Tesla, por sua vez, já enfrentou críticas e investigações regulatórias devido a questões de segurança envolvendo seu modo "Full Self-Driving".

Essa abordagem também reflete outras estratégias da Tesla. Em eventos anteriores, como o lançamento do robô humanoide Optimus em 2021, foi revelado que algumas das funcionalidades exibidas eram controladas remotamente. Mais recentemente, no evento "We, Robot", robôs que aparentemente preparavam coquetéis de forma autônoma foram, na verdade, pilotados por humanos.

Promessas ambiciosas

Apesar dessas práticas, Elon Musk, CEO da Tesla, mantém a previsão de que a frota de rôbotaxis estará em operação nas ruas até o final de 2026. No entanto, a dependência de teleoperação indica que a autonomia total ainda pode estar longe de ser atingida.

A Tesla busca profissionais para trabalhar no desenvolvimento dessa tecnologia em Palo Alto, Califórnia, com salários entre US$ 120 mil (R$ 724 mil) e US$ 318 mil (R$ 1,9 milhão) por ano, além de benefícios e bonificações em ações da empresa.

O uso de operadores humanos para complementar a inteligência artificial demonstra a complexidade de criar sistemas verdadeiramente independentes. Embora o objetivo final seja eliminar a necessidade de intervenção humana, a realidade do mercado e os desafios tecnológicos continuam mostrando que a transição para a autonomia total pode ser mais gradual do que inicialmente projetado.

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