Colisão de 2018 tirou a vida do engenheiro Walter Huang (S. Engleman via Reuters/-)
Redatora
Publicado em 9 de abril de 2024 às 06h36.
A Tesla aceitou um acordo ligado ao homicídio culposo de Walter Huang, engenheiro da Apple que morreu após seu carro Model X SUV, da empresa de Elon Musk, bateu em uma barreira perto de Mountain View, na Califórnia, em 2018. O veículo estava com as funções de piloto automático ligadas.
Em 2020, o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes investigou o acidente e revelou que a tecnologia da Tesla era, no mínimo, parcialmente culpada pela colisão. Somada a ela, poderia ser contabilizada uma possível distração do motorista -- o Conselho acredita que Huang poderia estar usando o celular logo antes da batida -- e problemas na construção da via.
"Não há dúvidas de que, se ele estivesse prestando atenção na estrada, ele teria tido a oportunidade de evitar a batida", argumentou a Tesla.
A agência federal apontou ainda que o sistema de colisão do veículo não emitiu um alerta para o possível acidente e que o sistema de freios não foi ativado.
Como consequência, a família de Huang processou a empresa de Elon Musk por homicídio culposo. Os advogados da família da vítima levaram ao tribunal, entre outros documentos, mensagens de marketing da Tesla e do próprio Musk sugerindo que o piloto automático garantiria a segurança do motorista sem a necessidade de prestar atenção ou até mesmo de manter as mãos no volante.
Agora, porém, a montadora e os Huang chegaram a um acordo, cujo valor a Tesla pretende manter em segredo. No entanto, o acidente já colocou em xeque toda a confiança que a empresa buscava passar em relação aos seus carros automáticos.
A Tesla enfrenta diversos processos ligados ao suposto uso da função do piloto automático. Portanto, acordo pode ser importante para outros que busquem processar a montadora por acidentes envolvendo a função possam pedir compensações por colisões e ocorrências do tipo.