Internet: empresas de telecomunicações tentarão derrubar neutralidade da rede no Brasil (Reprodução/Thinkstock)
Victor Caputo
Publicado em 15 de dezembro de 2017 às 11h13.
São Paulo -- As empresas de telecomunicações devem tentar derrubar a neutralidade de rede no Brasil. O trabalho viria após a decisão da agência de telecomunicações americana Federal Communications Commision (FCC), considerada uma vitória para provedores, como AT&T, Comcast e Verizon Communications. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Reportagem do jornal afirma que as empresas de telefonia devem conversar com o presidente Michel Temer para que ele reveja o decreto que garante a isonomia na internet.
A desregulamentação da internet nos Estados Unidos permitirá a "microgestão" do acesso. Com isso, seria possível cobrar o cliente para acesso para serviços específicos. Por exemplo, pagar por um pacote de acesso à internet não garantia uso de qualquer serviço online.
A neutralidade de rede no Brasil foi aprovada pela ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016. A decisão afirma que nenhum dado tem prioridade na circulação online. A regulamentação foi ainda mais rígida do que sugeria o Marco Civil da Internet.
Portugal, onde o princípio da neutralidade da rede não foi aplicado, tem casos que indicam como o mercado ficaria. A provadora MEO, por exemplo, vende pacotes temáticos por 7 euros--entre eles para uso de apps de mensagens, apps de vídeos, apps de músicas, entre outros temas.
Isso acontece pois, sem a neutralidade de rede, as empresas podem bloquear acesso a conteúdos ou aplicativos. Também seria permitido diminuição na velocidade ou a obrigação, por parte do cliente, de realizar pagamentos adicionais para acesso a streaming de vídeo como Netflix, por exemplo.
Outro caso emblemático aconteceu em 2005 no Canadá. A provedora de internet Telus simplesmente cortou acesso ao site do sindicato que chamava uma greve contra a empresa.