Aquisição da Atimus, reforça sua atuação da TIM no setor de banda larga por meio de fibra óptica (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2011 às 21h58.
São Paulo – As operadoras de telefonia fixa estão pressionando a Anatel para permitir a cobrança de taxas para usuários que utilizam a internet de forma excessiva.
Além disso, as teles também querem a permissão para cobrar uma taxa de empresas como Google, Facebook e Apple, pois estas teriam produtos e serviços que aumentam o tráfego de dados e que pode levar a uma saturação da rede.
Essa taxa, segundo as empresas de telecomunicações, serviria para gerir o tráfego e ampliar o investimento das infraestruturas necessárias para a conexão banda larga fixa.
As teles alegam que essas empresas utilizam a estrutura da rede para faturar em seus negócios, porém não ajudam a desenvolver a infraestrutura no país. Hoje é notório que o faturamento dessas empresas é superior ao das operadoras de telecomunicações.
Esse tipo de atitude das teles se repete em outros países há algum tempo. Dados das operadoras revelam que na Europa as teles teriam investido cerca de 10% da sua renda anual em investimentos na rede. Já as provedoras de conteúdo, como Google e Facebook, teriam investido 0,25% de sua receita e produtoras de tecnologia, como a Apple, teriam gasto 0,86% do faturamento.
Atualmente, as teles no Brasil ficam proibidas de cobrar valores a mais de consumidores e empresas que utilizam a rede de forma excessiva, com alto tráfego de dados como em serviços de download e streaming.
A Anatel, em contrapartida, estaria relutante em ceder às pressões das teles, pois a agência defende abertamente uma neutralidade na rede. Hoje, a redução na velocidade da conexão é praticada pelas operadoras móveis em pacotes limitados.
As teles afirmam que pacotes ilimitados só seriam possíveis em redes de fibra óptica e que sem a possibilidade de taxar empresas que ajudam a aumentar o tráfego é possível que haja um aumento nos preços dos pacotes aos usuários.
Mas empresas como o Google não veem motivos para uma nova taxa e afirmam que já pagam valores consideráveis por utilizar a rede. Além disso, seus produtos, ao contrário do que dizem as teles, estimulam um maior consumo de dados, gerando receita às operadoras.