Felipão e Joachim Löw após goleada da Alemanha, no Mineirão (David Gray/Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2014 às 14h59.
Santa Cruz Cabrália - Nem só de talento deve viver uma equipe que deseja ser campeã do mundo. A Alemanha contou com a ajuda da tecnologia para chegar à final da Copa do Mundo e espera que ela também dê uma força na decisão do torneio.Trata-se de um programa desenvolvido pela SAP, empresa especializada em aplicativos de negócios empresariais, parceira da Federação Alemã de Futebol desde o ano passado, para analisar, com riqueza de detalhes, o desempenho de cada um dos jogadores da equipe e também dos adversários.
O programa exibe para seus usuários dados como quilômetros percorridos, número de passes certos e de chutes a gol de cada jogador. Um dos charmes dele é que sua apresentação é muito simples, pois a ideia é que não haja a necessidade de um técnico da empresa para mostrá-lo aos jogadores.
Segundo a Federação Alemã, os próprios atletas podem acessar suas informações - e a de seus adversários - com um celular ou um tablet.
"Imagine que, em apenas dez minutos, dez jogadores geram mais de sete milhões de dados", comentou Oliver Bierhoff, diretor técnico da seleção.
"Com esse programa, nossa equipe consegue analisar esse volume imenso de dados e personalizar o treinamento para melhor preparar a seleção para seu próximo compromisso".
Depois da goleada sobre o Brasil, Joachim Löw fez questão de dizer que havia se preparado muito bem para a partida. O treinador sabia, por exemplo, que a defesa da seleção brasileira tem dificuldades quando é atacada em velocidade - o que ficou escancarado no Mineirão. O programa desenvolvido pela SAP, que a equipe alemã começou a utilizar neste ano, certamente ajudou Löw e seus colegas de comissão técnica a mapear os pontos fracos do Brasil.
Além do programa, a seleção alemã se armou de outras maneiras para aprender a jogar contra a seleção brasileira. Hansi Flick, auxiliar de Löw, contou que eles têm uma equipe de observadores e que essas pessoas foram de grande ajuda para a montagem do plano de jogo exibido em Belo Horizonte.
"Nós temos um trabalho muito minucioso de scouting", comentou Flick. "Um exemplo: nós contamos com 40 estudantes de Ciências do Esporte para nos ajudar. Eles analisam a fundo cada um dos adversários".