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Tecnologia de lente de contato pode revolucionar carro elétrico

Pesquisadores da Universidade de Surrey, Inglaterra, desenvolveram um polímero capaz de melhorar sensivelmente o desempenho dos supercapacitores

Lente de contato: a pesquisa mostrou que o material pode ampliar a densidade energética dos supercapacitores entre 1.000 e 10.000 vezes (Thinkstock/Thinkstock)

Lente de contato: a pesquisa mostrou que o material pode ampliar a densidade energética dos supercapacitores entre 1.000 e 10.000 vezes (Thinkstock/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2016 às 15h50.

Londres - Um plástico baseado na tecnologia das lentes de contato moles pode resolver alguns dos maiores desafios enfrentados pelos veículos elétricos possibilitando que recarreguem em segundos e façam uma viagem de Londres a Edimburgo sem parar, afirmam os cientistas.

Pesquisadores da Universidade de Surrey, Inglaterra, desenvolveram um polímero capaz de melhorar sensivelmente o desempenho dos supercapacitores, componentes eletrônicos leves que armazenam e distribuem grandes volumes de energia.

“Acreditamos que se trata de um avanço extremamente animador, um possível divisor de águas”, disse Ian Hamerton, que testou a tecnologia no Departamento de Engenharia Aeroespacial da Universidade de Bristol, Inglaterra.

Em 2011, o fundador da Tesla Motors, Elon Musk, disse que apostava que os supercapacitores, e não as baterias, promoveriam uma inovação nos carros elétricos.

Eles já oferecem doses de energia para ajudar a impulsionar trens e ônibus em algumas partes do mundo.

No futuro, os supercapacitores poderão operar sozinhos para criar veículos elétricos que percorram distâncias similares às dos carros movidos a gasolina, levando apenas segundos na recarga em vez de horas, disse Donald Highgate, 76, que ajudou a comercializar a tecnologia das lentes de contato moles nos anos 1970.

Ele é diretor da Augmented Optics, que também trabalhou na pesquisa.

Enquanto pesquisas anteriores sobre supercapacitores de empresas como a Skeleton Technologies se concentraram em melhorar a área das superfícies dos eletrodos, essa pesquisa mais recente busca substituir o material usado como eletrólito, disse Highgate.

A pesquisa mostrou que o material pode ampliar a densidade energética dos supercapacitores entre 1.000 e 10.000 vezes.

“Isto é uma guerra sobre densidade energética”, disse Jim Heathcote, CEO da Augmented Optics, empresa de capital fechado com sede em Royston, Hertfordshire, Inglaterra.

Juntamente com Highgate, ele criou uma companhia chamada SuperCapacitor Materials, que busca começar a construir um protótipo em escala completa no ano que vem.

Isso pode levar a uma nova fábrica no Reino Unido, exigindo investimento de até 25 milhões de libras (US$ 32 milhões), disse ele.

Os supercapacitores atuais têm densidade energética de cerca de 5 watts-hora por quilo, contra 100 watts-hora das baterias de íon de lítio normalmente usadas nos veículos elétricos, disse Heathcote.

Os carros movidos a gasolina têm uma densidade energética de 2.500 watts-hora por quilo.

“Se for 1.000 vezes mais poderoso, dá para usar nos ônibus”, disse ele. “Se chegar a 50 watts-hora, faria transporte em geral. Qualquer coisa acima disso é fantástico. Se isso se traduzir em algo 10 vezes melhor, ainda assim será ótimo.”

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