São Paulo - Não se aprende a fazer cirurgias e dar pontos da noite para o dia. Até saberem os procedimentos corretos e precisos para uma operação, os estudantes de medicina e veterinária precisam treinar muito. O problema é que, na maioria das vezes, é preciso escolher entre usar cobaias ou materiais que em nada se parecem com os tecidos corporais, como pedaços de tapete almofadado. Para dar mais realidade às aulas práticas, um tecido sintético quase idêntico ao real foi criado na escola de veterinária da Colorado State University, nos Estados Unidos.
O material é feito com várias camadas de silicone, de diferentes fórmulas e consistências. A peça é montada com a mesma estrutura do tecido original, reproduzindo pele, músculos, ligamentos e veias. A versão artificial possui sangue falso e, para dar ainda mais realismo, alguns modelos são tingidos na cor do tecido original, como uma pele marrom do abdome de um cavalo, tendo ainda camadas brancas e vermelhas para imitar músculos e veias.
Além de poupar a vida de cobaias, o uso de um material tão próximo da realidade ajuda os estudantes a lidarem com o estresse de uma cirurgia real, uma vez que o estudante se sente como se estivesse operando alguém de verdade. De acordo com os inventores, o aprendizado e a confiança desses estudantes que têm contato com o tecido artificial são bem maiores, melhorando seu desempenho quando estrearem na profissão, seja cuidando de animais, seja de humanos.