Tartaruga ganha nadadeiras artificiais: além de ser ameaçada de extinção, ela ficou presa a uma rede de pesca e se machucou profundamente - as duas patas foram decepadas (Reprodução/Israel Sea Turtle Rescue and Rehabilitation Center)
Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2014 às 16h57.
O futuro desta jovem tartaruga-verde parecia sombrio quando foi encontrada por israelenses do Israel Sea Turtle Rescue and Rehabilitation Center no Mar Mediterrâneo.
Além de pertencer a uma espécie ameaçada de extinção, ela ficou presa a uma rede de pesca e se machucou profundamente: as duas patas foram decepadas.
A equipe de resgate não teve escolha senão amputá-las, o que deixou a tartaruga incapaz de nadar e de posicionar a cabeça acima d’água para respirar.
A solução para o drama da tartaruga macho de 40 kg, apelidada de Hofesh (“liberdade”, em hebreu), foi encontrada pelo estudante de design industrial Shlomi Gez, de 30 anos.
Inspirado pelo avião F-22 Raptor (viva a biomimética!), o israelense desenvolveu nadadeiras protéticas, feitas com polipropileno – plástico resistente, flexível e resistente à água –, que ficam presas ao casco da tartaruga com tiras.
Porém, mesmo com a ajuda dessa engenhoca, Hofesh ainda não pode ser solta no mar – ao contrário do que sugere seu nome. Isso porque, caso suas novas barbatanas se soltem, ela pode se afogar.
Mas ainda existe a chance de um final feliz: ela foi selecionada para um programa de acasalamento de espécies ameaçadas. Seu par é a tartaruga-verde fêmea Tsurit, que perdeu a visão depois de se ferir em um barco de pesca.
Como tartarugas-verdes só atingem maturidade sexual por volta dos 30 anos – elas chegam a viver até 80! –, o casal, que está na faixa dos 20 anos, ainda tem um bom tempo para se conhecer.
A esperança dos pesquisadores do centro de reabilitação de tartarugas – fundado há 15 anos e responsável pelo resgate de mais de 500 tartarugas marinhas – é que os filhotes dos dois possam ser devolvidos ao mar.