Japão volta a ocupar a liderança do ranking de supercomputadores com a máquina instalada no Instituto Riken (Kyodo News/Getty Images)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 23 de junho de 2020 às 15h40.
Última atualização em 23 de junho de 2020 às 18h55.
O Japão tem o supercomputador mais rápido do planeta. Desenvolvido pelas empresas Riken e Fujistu, o modelo Fugaku performa em 415,53 petaflops e lidera o ranking Top500. Para efeito de comparação, o antigo líder da lista era o modelo americano Summit, fabricado pela IBM, com capacidade de processamento de 148,6 petaflops.
Com processadores Fujitsu A64F, o Fugaku encerrou a fila e voltou a colocar o Japão no topo do mercado de tecnologia — ao menos neste segmento. A máquina fica instalada na cidade de Kobe, no Instituto Riken, que realiza pesquisas científicas no país, e conta com capacidade de processamento 2,8 vezes maior do que seu rival direto.
Supercomputadores são diferentes de computadores comuns utilizados para tarefas cotidianas, como navegar a internet ou rodar jogos. As máquinas que medem o tamanho de salas inteiras são utilizadas para a realização de cálculos complexos que ajudam cientistas a quebrar códigos miliares, modelar mudanças climáticas e até auxiliar na criação de medicamentos e vacinas para o combate do coronavírus.
Para entender melhor a questão de velocidade é preciso explicar que o termo flops é um acrônimo utilizado na computação para a "Floating-pont Operations Per Second" (operações de ponto flutuante por segundo, na tradução direta). Já 1 petaflop equivale a 1 quatrilhão de flops ou 1.000 teraflops. Para efeito de comparação, o PlayStation 5, anunciado recentemente pela Sony, tem capacidade de executar 10,28 teraflops.
Ao longo dos últimos anos, a China e os Estados Unidos competiram pelo posto de supercomputador mais rápido do planeta. O Japão, por sua vez, não figurava na liderança do ranking desde o início da década. Além do Fugaku e do Summit, o pódio é completado por outra máquina da IBM, também instalada nos Estados Unidos. A quarta e a quinta posição ficam com supercomputadores chineses.
Mesmo assim, o Japão continua não sendo uma grande potência no segmento. Na lista dos 500 supercomputadores mais rápidos do mundo, o país tem apenas 29 supercomputadores. Enquanto isso, os Estados Unidos e a China têm 114 e 226 máquinas, respectivamente.
O Brasil tem apenas quatro supercomputadores entre os 500 mais potentes do planeta. O mais bem colocado é o Atlas, na 57ª posição da lista. Utilizado pela Petrobras, a máquina processa 4,3 petaflops. Ou seja, quase 100 vezes menos do que o supercomputador japonês. Os outros supercomputadores brasileiros que ocupam a lista são o Fênix (82ª posição), o Santos Dummont (241ª) e o Ogbon Cimatec (396ª).