Teclado: acusado divulgou números de telefone, endereços, contas bancárias e cartões de crédito dos clientes em troca de 17 milhões de wons (cerca de R$ 37 mil) (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de janeiro de 2014 às 09h09.
Seul - O empregado que supostamente vendeu a informação pessoal e bancária de 20 milhões de clientes no maior escândalo de vazamentos de dados da história da Coreia do Sul realizou a operação por menos de R$ 40 mil, revelou nesta quarta-feira a agência local "Yonhap".
Um funcionário da Korea Credit Bureau (KCB), empresa de análise de crédito, supostamente vendeu a companhias de marketing os dados pessoais e financeiros de quase toda a população ativa da Coreia do Sul.
A "Yonhap" afirmou hoje que o acusado, identificado pelo sobrenome Park, divulgou entre 2012 e 2013 os números de telefone, endereços, contas bancárias e cartões de crédito dos clientes em troca de 17 milhões de wons (cerca de R$ 37 mil).
Park foi acusado no início deste mês pela Procuradoria Geral e foi colocado à disposição da justiça, embora não tenha comparecido até domingo passado, quando as informações sobre o escândalo foram divulgadas.
Desde que o caso foi revelado há três dias, mais de 1,8 milhão de sul-coreanos cancelaram ou solicitaram o reenvio de seus cartões, outros milhares apresentaram denúncias e reivindicações, e vários diretores dos principais bancos e empresas de crédito pediram demissão.
Além disso, o governo sul-coreano anunciou hoje as primeiras medidas para prevenir que o caso não se repita.
Seul estabelecerá um marco legal para que as empresas financeiras sejam punidas com multas elevadas e a demissão de seus diretores caso divulguem os dados de seus clientes, informou a Comissão de Serviços Financeiros da Coreia do Sul.
O organismo também adiantou que as normas relativas à troca de informação de clientes entre empresas do setor bancário serão endurecidas, já que o vazamento em massa de dados aconteceu supostamente durante esse processo.
As informações roubadas poderiam ser usadas para fraudes telefônicas e pela internet, muito frequentes na Coreia do Sul, onde desde 2011 se multiplicaram as violações de dados e os ciberataque a entidades bancárias.