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Suécia ordena prisão do fundador do Wikileaks por estupro

Pedido foi feito por uma promotora do país, mas precisa ser confirmado pelo tribunal de Estocolmo

Julian Assange, fundados do Wikileaks: pedido de prisão foi feito preventivamente (Leon Natal/AFP)

Julian Assange, fundados do Wikileaks: pedido de prisão foi feito preventivamente (Leon Natal/AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2010 às 11h19.

Estocolmo - Uma promotora sueca emitiu nesta quinta-feira uma ordem de prisão por estupro contra Julian Assange, fundador do site Wikileaks, que divulgou recentemente documentos confidenciais sobre a guerra no Iraque e no Afeganistão.

"Solicito à Corte Distrital de Estocolmo que prenda o senhor Assange (...), suspeito de estupro, assédio sexual e coerção ilegal", indicou Marianne Ny, diretora da procuradoria encarregada de crimes sexuais, em um comunicado em inglês.

"O motivo de meu pedido é que precisamos interrogá-lo. Até agora, não conseguimos encontrá-lo para realizar os interrogatórios", explicou a magistrada.

Julian Assange é cidadão australiano, e chegou a ser procurado em agosto em meio às investigações do caso, mas teve a ordem de prisão revogada.

Ny reabriu o processo de estupro contra Assange, de 39 anos, no dia 1º de setembro, mas a princípio não havia solicitado sua detenção. Ele já deixou a Suécia.


O tribunal de Estocolmo precisa agora se pronunciar sobre a ordem da promotora, e sua decisão pode levar a uma ordem de captura internacional, segundo a imprensa sueca.

Marianne Ny assumiu pessoalmente a direção da investigação, iniciada a partir das declarações de duas mulheres que no dia 20 de agosto disseram ter sido vítimas de estupro e outra agressão sexual por parte do fundador do Wikileaks.

Assange sempre negou as acusações, afirmando que fazem parte de uma "campanha caluniosa" para desprestigiar seu site, que publicou centenas de milhares de documentos confidenciais sobre os conflitos no Iraque e no Afeganistão.

Em outubro, o Wikileaks divulgou mais 400.000 relatórios sobre incidentes, apresentados como "o vazamento mais importante de documentos militares confidenciais da história".

Os serviços secretos americanos "estão desde já muito satisfeitos", chegou a comentar Assange em entrevista à AFP, em setembro, depois que a investigação por estupro foi reaberta na justiça sueca.

Julian Assange aproveitou a demora na emissão da ordem de captura para sair do país. Nesta quinta-feira, está na Grã-Bretanha, de acordo com um de seus colaboradores, procurado na Islândia.

O fundador do Wikileaks, que só anda acompanhado de seguranças, transformou-se em inimigo número um do Pentágono, mas há especulações de que pode, por outro lado, ser eleito "homem do ano" da revista Time.

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