Tecnologia

Substituição de '.com' por outros sufixos pode favorecer motores de busca

Segundo o Google e seu rival Bing, a modificação não deve tornar mais difíceis as buscas na internet

Prédio do Google em Mountain View, Califórnia: empresa assegurou ter experiência em classificar páginas e devolvê-las ao usuário independente do domínio
 (Kimihiro Hoshino/AFP)

Prédio do Google em Mountain View, Califórnia: empresa assegurou ter experiência em classificar páginas e devolvê-las ao usuário independente do domínio (Kimihiro Hoshino/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2011 às 15h58.

São Francisco, EUA - A decisão de permitir que os domínios da internet tenham qualquer sufixo, de nomes de empresas a movimentos sociais, pode ser uma bênção para os motores de busca.

A entidade que regula os domínios na internet autorizou na segunda-feira a criação de endereços web que terminem em qualquer palavra, uma das maiores mudanças desde o início do funcionamento da rede de redes.

O conselho de administração da Corporação de Internet para a Atribuição de Nomes e Números (ICANN, na sigla em inglês) aprovou em uma reunião em Cingapura esta decisão por ampla maioria, descartando temores de que a introdução massiva de novos sufixos semeie confusão na rede e favoreça as grandes empresas.

A modificação não deve tornar mais difíceis as buscas na internet, de acordo com o gigante Google e seu rival Bing.

O Google assegurou à AFP ter experiência em classificar páginas de internet e devolvê-las ao usuário, "independente do domínio de nível superior (TLD)", isto é, o código após o segundo ponto nos domínios web, como .com, .gov e .org.

Se o melhor resultado estiver em um domínio não tradicional, assim vamos indicar a página aos nossos usuários, disse a empresa com sede na Califórnia.

A Microsoft, por sua vez, afirmou que a medida tampouco terá "muito" impacto no Bing, seu motor de busca.

"Quando observa-se a forma na qual a busca é feita, os domínios não têm um grande impacto (...) Do lado do consumidor, as pessoas buscam através de palavras-chave ou nomes, não domínios", indicou.


No momento de indexar, os serviços de busca examinam conteúdo, links e outros "sinais" para classificar as páginas dos resultados de busca.

Os novos nomes de domínio podem gerar mais tráfego nos motores de busca, na medida em que mais usuários confiarão neles para navegar.

"Acreditamos que a decisão de permitir que qualquer pessoa abra seu próprio domínio de nível superior (TLD) tem o potencial de causar uma confusão generalizada dos usuários", disse a Google.

"Para solucionar esta confusão, os TLDs na realidade podem fazer com que os usuários recorram aos motores de busca com mais frequência".

Os 185 mil dólares que as empresas e organizações deverão pagar para solicitar TLDs genéricos podem reduzir a explosão dos domínios da internet.

No entanto, as companhias serão pressionadas a comprar os nomes de domínio apenas para garantir que controlem os endereços relacionados às suas marcas ou imagens.

O presidente do ICANN, Peter Thrush, afirmou aos jornalistas que o novo sistema de denominação será uma "grande oportunidade para que as pessoas tomem o controle deste aspecto de sua marca e o desenvolvam a sua maneira".

Observadores da indústria dizem que as grandes empresas mundiais, como a Apple, Toyota e BMW, podem estar na vanguarda do lançamento de sites com seus próprios nomes de domínio: .apple, .toyota, .bmw. As cidades ou as grandes marcas também.

"Em poucas palavras: os novos nomes quase certamente não significam nada em especial para os motores de busca", disse Danny Sullivan, do blog Search Engine Land. "Não terão nenhum superpoder de ranking".

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetempresas-de-tecnologiaGoogleInternetTecnologia da informação

Mais de Tecnologia

UE multa grupo Meta em US$ 840 milhões por violação de normas de concorrência

Celebrando 25 anos no Brasil, Dell mira em um futuro guiado pela IA

'Mercado do amor': Meta redobra esforços para competir com Tinder e Bumble

Apple se prepara para competir com Amazon e Google no mercado de câmeras inteligentes