Tecnologia

Substância pode armazenar energia de fontes renováveis

Dióxido de titânio pode servir para a construção de dispositivos de armazenamento de energias renováveis, segundo estudo


	Energia eólica: fontes renováveis produzem eletricidade intermitentemente, dificultando integração à rede elétrica. Armazenar energia poderia contribuir para equilibrar alimentação da rede, diz cientista
 (Getty Images)

Energia eólica: fontes renováveis produzem eletricidade intermitentemente, dificultando integração à rede elétrica. Armazenar energia poderia contribuir para equilibrar alimentação da rede, diz cientista (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2013 às 09h15.

Sydney - O dióxido de titânio (TiO2), uma substância química comumente utilizada nas indústrias, pode ajudar a armazenar a energia produzida por fontes renováveis, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira na Austrália.

Esta substância usada, por exemplo, como pigmento branco em pastas de dente, plásticos e protetores solares, pode servir para a construção de dispositivos de armazenamento de energias renováveis, segundo a química Yun Liu da Universidade Nacional Australiana.

As fontes renováveis, como a solar ou eólica, produzem eletricidade intermitentemente, por isso que sua integração à rede elétrica representa um grande desafio, explicou a pesquisadora à rede local "ABC".

Mas o armazenamento desta energia, com ajuda desta substância química, poderia contribuir para equilibrar a quantidade de energia que alimenta a rede, acrescentou a cientista.

Liu e seus companheiros tentaram durante vários anos achar o material perfeito para incluí-lo nos condensadores elétricos, dispositivos passivos utilizados para armazenar energia.

Para isso, os cientistas propuseram construir estes condensadores mediante a separação de dois eletrodos metálicos com um isolante (material dielétrico).


"Se duas moedas forem separadas com um pedaço de papel já se tem um condensador elétrico, embora o papel tenha uma mínima capacidade de armazenamento de energia", explicou Liu.

A química australiana explicou que sua equipe buscava um material que tivesse três características: uma constante dielétrica muito elevada para que possa armazenar muita energia, uma baixa perda dielétrica para não despediçá-la e a capacidade de resistir a uma grande gama de níveis de temperatura.

Achar este material não foi fácil porque geralmente podiam ter uma grande constante dielétrica, mas não capacidade de evitar a perda de energia ou de resistir a diversas temperaturas.

Após cinco anos de trabalho, a equipe científica formada também por Ray Withers, descobriu que o também chamado óxido de titânio, manipulado em nível molecular, cumpre com todos os requisitos.

"É um sonho que se tornou realidade", cotou a cientista da universidade australiana, considerando que este material que se encontra em estado natural no mundo todo também pode ser utilizado em veículos elétricos e tecnologia militar e espacial.

"É um material simples e abundante, e a Austrália atualmente domina o mercado exportador deste produto", avaliou Liu, que espera trabalhar em breve nas aplicações do dióxido de titânio.

Acompanhe tudo sobre:Energia renovávelQuímica (ciência)

Mais de Tecnologia

UE multa grupo Meta em US$ 840 milhões por violação de normas de concorrência

Celebrando 25 anos no Brasil, Dell mira em um futuro guiado pela IA

'Mercado do amor': Meta redobra esforços para competir com Tinder e Bumble

Apple se prepara para competir com Amazon e Google no mercado de câmeras inteligentes