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Steve Jobs sempre se sentiu um predestinado, diz biógrafo

Segundo a biografia, mesmo com a gravidade de sua doença, o co-fundador da Apple deixou 'ideias novas e brilhantes para telefones e outros produtos'

O biógrafo ainda apresenta um 'gênio' tão apaixonado e obsessivo com seu trabalho que chegava a se comportar de forma impiedosa com os mais próximos (Mario Tama/Getty Images)

O biógrafo ainda apresenta um 'gênio' tão apaixonado e obsessivo com seu trabalho que chegava a se comportar de forma impiedosa com os mais próximos (Mario Tama/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2011 às 11h41.

Madri - Romântico, extremamente sensível e obsessivo na busca da beleza, mas também consciente de seu poder e muito exigente, Steve Jobs acreditou desde criança que era 'especial', que o destino o havia escolhido para fazer grandes coisas.

Esse é o retrato de Jobs que Walter Isaacson, biógrafo autorizado pelo cofundador da Apple, traçou em entrevista por telefone à Agência Efe, na qual garante que mesmo com a gravidade de sua doença, o americano deixou 'ideias novas e brilhantes para telefones e outros produtos'.

Em 'Steve Jobs' (Ed. Debate), fruto de mais de 40 entrevistas, Isaacson apresenta um 'gênio' tão apaixonado e obsessivo com seu trabalho que chegava a se comportar de forma impiedosa com os mais próximos.

'Seu maior defeito era que em algumas ocasiões se deixava levar tanto pela paixão que chegava a ser mesquinho com as pessoas. (...) Não costumava pedir perdão, mas mesmo assim as pessoas eram fiéis a ele porque valorizavam seu talento', disse Isaacson.

Apesar de não fazer autocrítica, o cofundador da Apple era 'muito consciente' do impacto de seu comportamento e se mostrou arrependido de 'muitas coisas'.


'Ele se sentia culpado por não ter cuidado da filha mais velha desde o início e do modo como tratou seus pais quando foi estudar na universidade. Acho que também se arrependeu de não ter passado por uma cirurgia para retirar o tumor logo após o diagnóstico de câncer', destacou Isaacson.

O fato de ser uma criança adotada foi determinante na personalidade de Jobs. 'Ele me contou - disse o biógrafo - que ser adotado o fazia se sentir independente e alheio ao mundo, e também se sentir especial'.

Jobs não tinha hobbies, apenas duas coisas o interessavam: 'sua família - era completamente apaixonado por sua mulher e tinha uma relação 'fortíssima' com seus filhos - e seu trabalho na Apple', que também trouxe grandes decepções ao cofundador da empresa americana.

Segundo Isaacson, Jobs sentiu como a maior traição de sua vida o fato de a Microsoft ter criado 'um computador com interface gráfica parecida com o do Macintosh'.

Nos anos 80 tinha uma 'obsessão' pela Microsoft porque pensava que suas ideias tinham sido roubadas por Bill Gates, o que também aconteceu em relação ao Google nos últimos anos por considerar que essa empresa tinha se apropriado de alguns conceitos do iPhone e de seu sistema operacional móvel.

No entanto, o biógrafo ressaltou que Jobs não era um homem vingativo e que inclusive, com o passar dos anos, desenvolveu uma amizade com Gates.

Jobs afirmava que seu maior orgulho era ter criado uma empresa que 'prosseguiria sem ele' graças à sua equipe, com Tim Cook e Jony Ive no comando.

Jobs gostava de todos os produtos criados enquanto foi executivo-chefe da empresa americana, apesar de ter considerado a Apple TV, segundo seu biógrafo, um 'fracasso' que o fez desenvolver ideias 'fantásticas' para fazer da televisão um dispositivo conectado à internet e a diversos dispositivos.

Apesar de ser muito reservado e de não falar muito de sua intimidade, Jobs quis ter uma biografia oficial para que seus filhos compreendessem por que nem sempre estava junto com eles, para ser ele mesmo a contar sua história e deixar testemunho de seu legado em um livro. EFE

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