Em 1983, Jobs não demonstrou dúvidas em relação ao sucesso dos computadores pessoais. Preocupava-se, porém, com a aparência das máquinas (Divulgação)
Gabriela Ruic
Publicado em 24 de agosto de 2012 às 12h40.
São Paulo – Em 1983, o então jovem Steve Jobs discursava durante uma conferência internacional de design sobre o futuro da computação pessoal. E, dentro de sua percepção sobre o que estaria por vir, Jobs previu o desenvolvimento do iPhone e do serviço de mapeamento do Google, o Google Street View.
“Um dia desses, quando tivermos incorporado rádios aos computadores pessoais, você irá ter nesse acesso às suas mensagens”, disse o cofundador da Apple. Na ocasião do discurso, ele não fez nenhuma estimativa acerca de quanto tempo o mundo teria de aguardar para ter um aparelho como esse no mercado. De todo o modo, menos de 25 anos depois, lá estava Jobs no palco apresentando o iPhone, um dos smartphones mais inovadores já fabricados.
Já em relação ao que conhecemos hoje como Google Street View, Jobs, durante sua fala, mencionou um experimento, na época em condução pelo MIT (Massaschusetts Institut of Technology). “Há quatro anos, o MIT trouxe à Aspen um automóvel equipado com uma câmera e rodaram por todas as ruas e cruzamentos, capturando imagens de todos os detalhes”, explicou Jobs. O material recolhido pelos pesquisadores foi então reunido de modo a formar um mapa da cidade.
“Na tela, você se verá olhando para a rua e se movimentando nela através de setas, como se estivesse caminhando pelo local, é um mapa eletrônico”, concluiu entusiasmado. “É realmente fantástico e irá evoluir entre os próximos 5 a 10 anos”. Bom, já neste caso, a previsão de Jobs foi bem otimista. O famoso Google Street View estreou para o grande público com alguns anos de atraso, apenas em 2007.
Ainda no discurso, Jobs fala como 1986 seria o ano em que as vendas de computadores pessoais iriam ultrapassar o mercado automotivo. Percebe-se que Jobs não tinha nenhuma dúvida em relação ao inevitável sucesso de aparelhos eletrônicos. Mas preocupava-se, porém, com a maneira como estas máquinas seriam apresentadas ao público.
“Computadores parecem lixo, todos os grandes designers estão na indústria automotiva, não há ninguém desenhado computadores”, disse o cofundador da Apple. “E nós vamos vender três milhões de computadores, sejam eles bonitos ou feios”. Ainda sim, deixou seu apelo à plateia de designers que o ouvia: “As pessoas irão comprar essa ‘coisa’ independente da sua aparência. E não custa mais dinheiro deixá-los bonitos”.
As revelações vieram à tona com a publicação do áudio original do discurso pelo Centro de Design e Inovação (Center for Design Innovation). Quem quiser ouvir a gravação na íntegra, em inglês, pode conferir o arquivo abaixo, disponibilizado no SoundCloud pelo pessoal do site The Next Web.
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