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Startup abre plataforma de telemedicina para conectar médicos a pacientes

A brasileira Amplimed criou sua plataforma digital de telemedicina neste mês para agilizar atendimentos e evitar contágios do novo coronavírus em hospitais

Medicina: Conselho Federal liberou teleorientação em face da pandemia do coronavírus (seksan Mongkhonkhamsao/Getty Images)

Medicina: Conselho Federal liberou teleorientação em face da pandemia do coronavírus (seksan Mongkhonkhamsao/Getty Images)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 29 de março de 2020 às 05h55.

Última atualização em 2 de abril de 2020 às 12h13.

Diante da pandemia do novo coronavírus, o Conselho Federal de Medicina liberou a telemedicina, em caráter de excepcionalidade. Com isso, empresas tradicionais passaram a usar mais os recursos de conectar pacientes a médicos via internet, como fizeram Prevent Senior e a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Mas a pauta também abriu espaço para startups de saúde. Esse é o caso da brasileira Amplimed, da área de software de gestão corporativa para o setor de saúde, que agora passa a contar com uma plataforma digital para conectar médicos a pacientes.

O software médico da Amplimed começou a ser desenvolvido quando começou a quarentena na cidade de São Paulo, em 16 de março. O plano da startup era oferecer aos médicos que já eram seus clientes uma forma de ajudar atender remotamente aos pacientes.

Dado o contexto da pandemia do novo coronavírus, a startup decidiu deixar sua plataforma de teleorientação, telemonitoramento e prontuário eletrônico gratuitos por 30 dias para todos os profissionais de saúde, mesmo aqueles que não são clientes da Amplimed. Para isso, é preciso se cadastrar neste link

"Nossa preocupação é que o máximo de médicos consiga dar continuidade imediata às suas consultas, garantindo assistência a pacientes em isolamento e aos que estão em tratamento em casa", diz o Dr. Marcos Sonagli, diretor médico da Amplimed.

Fundada em 2015, a startup captou até hoje 500 mil reais de investimentos e atua com software de gestão corporativa e prontuário eletrônico para profissionais de saúde autônomos ou estabelecimentos com até 50 pessoas.

A telemedicina está em discussão há anos no Brasil. No ano passado, o Conselho Federal de Medicina chegou a liberar e revogar a pauta em um intervalo de 20 dias, dada a polêmica porque o texto exigia que a primeira consulta fosse presencial. Para Gustavo Kröger, diretor do Espaço Amae e médico voluntário do Hospital das Clínicas pelo disciplina de ginecologia, o Brasil só liberou agora a telemedicina porque ainda falta uma regulamentação definitiva sobre o tema.

“A telemedicina faz toda a diferença. Ela é importante para um retorno para mostrar exames, por exemplo. Ela não substitui a consulta tradicional, ela adiciona recursos. A telemedicina melhora o acesso e a eficiência do sistema de saúde”, diz Kröger.

Com a telemedicina liberada para teleorientação e telemonitoramento, ao menos por ora, os médicos podem usar a tecnologia a seu favor para o atendimento à distância. Fora isso, com menos pessoas nos hospitais, o risco de contágio pelo novo coronavírus também é reduzido. Falta agora uma regulamentação definitiva sobre a telemedicina no Brasil.

Exemplos não faltam no exterior. O Reino Unido é o maior expoente. O país aposta na telemedicina para melhorar a eficiência do serviço público. O Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) prevê que os atendimentos digitais com clínicos-gerais poderão reduzir até um terço do número de visitas aos hospitais nos próximos cinco anos. No país, são feitos 400 milhões de consultas presenciais por ano. A medida ajudaria o serviço de saúde a economizar 1 bilhão de libras no período.

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