Clientes tomando bebidas do Starbucks em frente a uma cafeteria da companhia em Miami, Flórida (Joe Raedle/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de outubro de 2013 às 22h11.
Portland - A Starbucks Corp., famosa por oferecer Wi-Fi de graça para conectar os clientes à Internet, agora deseja aplicar tecnologia web às suas próprias operações para criar uma rede de cafeteiras, refrigeradores e outros aparelhos.
A companhia afirmou que planeja dobrar, ao longo do próximo ano, o número das suas cafeteiras Clover, que se conectam á nuvem e seguem as preferências dos clientes, permitem atualizar digitalmente as receitas e ajudam o pessoal a monitorar remotamente o desempenho das máquinas de café. Também em desenvolvimento: geladeiras conectadas que indicam quando o leite ficou azedo.
“Estamos investindo em diversas tecnologias para facilitar o trabalho dos nossos funcionários”, declarou em uma entrevista Marianne Marck, vice-presidente sênior da companhia sediada em Seattle.
Os cafés, as lanchonetes de comida rápida e os varejistas estão conectando mais operações à Internet, agregando informações para ajudá-los a atender melhor os clientes e controlar tudo, desde a temperatura de uma loja até as fechaduras das portas. O mercado para dispositivos conectados à Internet diferentes de smartphones e computadores triplicará, chegando a US$ 27 bilhões em 2016, conforme a Cisco Systems Inc., que está investindo fortemente na chamada “Internet das coisas”.
Os consumidores foram parte desta tendência há anos, conectando à Internet quadros, termostatos, sistemas de segurança, televisões e equipes de som. Companhias tecnológicas como a Microsoft Corp., a Intel Corp. e a International Business Machines Corp. estão promovendo a visão do lar conectado desde o final da década de 1990.
Pioneiros
Entre as poucas indústrias que realizaram a transformação até agora estão os serviços públicos, fabricantes e fornecedores de segurança, que construíram operações inteiras em volta de uma automatização crescente. Além dos custos associados à instalação e teste de todos os sistemas novos, o uso de máquinas conectadas à Internet exige capacitação e obriga os funcionários a mudarem seus hábitos de trabalho.
A Starbucks se encontra entre aqueles que lideram a campanha de adoção massiva, e a redução nos custos para operar servidores em nuvem está criando uma oportunidade para empresas de todos os tamanhos.
Além do mais, o preço dos chips para dispositivos conectados despencou mais de 80 por cento nos últimos cinco anos, chegando a 50 centavos, segundo Susan Eustis, presidente da WinterGreen Research Inc., que acompanha dispositivos conectados.
Os restaurantes estão começando a conectar novos dispositivos à Internet e cada vez mais deles verão a conectividade como uma vantagem competitiva, afirmou Hudson Riehle, vice-presidente sênior de pesquisa da Associação Americana de Restaurantes.
Máquinas de US$11 mil
Na Starbucks, a tecnologia de nuvem chamada CloverNet pode reduzir os custos de manutenção e apoiar a venda do café torrado criado nas máquinas Clover.
Desde 2008, a Starbucks instalou cerca de 500 das cafeteiras com conexão Web de US$ 11 mil e visa dobrar esse número no ano que vem, afirmou Randy Hulett, diretor do Estúdio de Design de Hardware da companhia. Sua equipe de dez pessoas também planeja começar a conectar outros equipamentos nas lojas à CloverNet.
O equipamento em rede está tornando-se cada vez mais popular em grandes e pequenas empresas. Em novembro, a Staples Inc. começará a vender um sistema da Zonoff Inc. que permite às empresas desligar luzes e trancar portas mediante uma aplicação para celulares. A Apigy Inc. vende o Lockitron para os donos de propriedades que alugam suas casas e prédios, permitindo trancar e destrancar portas com um smartphone.
A Intel apresentou novos chips e software neste mês para a Dalkin Industries Ltd., que empregará a tecnologia para habilitar o monitoramento remoto de sistemas de aquecimento e de ventilação.
O mercado de dispositivos conectados está se expandindo todos os dias, afirmou Peter Gerstberger, comerciante sênior para o desenvolvimento de novos negócios da Staples, sediada em Framingham, Massachusetts.
“A nossa meta é transferir este produtos desde os pioneiros até a adoção massiva”, disse Gerstberger.