Tecnologia

SoundCloud quer ser o YouTube do som

Depois de conquistar músicos profissionais e amadores, o site de compartilhamento de áudio busca atrair mais leigos

Dave Haynes, vice-presidente do SoundCloud, fez duas palestras na Campus Party, em São Paulo (Maurício Grego)

Dave Haynes, vice-presidente do SoundCloud, fez duas palestras na Campus Party, em São Paulo (Maurício Grego)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 8 de fevereiro de 2012 às 17h28.

São Paulo — Em pouco mais de quatro anos, desde que entrou no ar, o site de compartilhamento de músicas SoundCloud conquistou 11 milhões de usuários. Embora não se compare com números de redes sociais genéricas como o Faceboook, essa quantidade é significativa para um site com finalidade tão específica. O SoundCloud tomou o lugar que já foi do MySpace como rede social preferida pelos músicos para interagir com parceiros e fãs. Agora, a empresa tenta estimular mais leigos em música a também publicar áudio na internet.

O serviço foi criado inicialmente na Suécia e depois teve sua sede transferida para Berlim, na Alemanha, em 2007. No começo, seu objetivo principal era facilitar a colaboração entre músicos. Um cantor podia, por exemplo, compartilhar gravações de voz com instrumentistas para que eles acrescentassem o acompanhamento. “Esse tipo de interação leva pessoas que nunca se encontraram pessoalmente a se reunir para fazer música juntas”, diz Dave Haynes, vice-presidente do SoundCloud, que veio a São Paulo nesta semana para participar da Campus Party.

Em pouco tempo, o SoundCloud passou a ser usado também para divulgar o trabalho dos artistas para o público geral. Ele oferece um endereço específico para cada arquivo de áudio e facilita a tarefa de embutir as músicas em blogs e outros sites da web – como faz o YouTube com os vídeos.

Numa terceira etapa, o serviço começou a conquistar também não músicos. Haynes diz que há um pouco de tudo nele. A lista inclui discursos de políticos, notícias e análises de acontecimentos, aulas e palestras, crianças falando e cantando e até gravações de reuniões corporativas, que geralmente são publicadas como arquivos privados, aos quais só pessoas autorizadas têm acesso.


Outra força do SoundCloud está em permitir que desenvolvedores criem aplicativos capazes de interagir com ele. Há mais de 200 deles rodando em smartphones, tablets e computadores. O usuário pode usar o aplicativo para criar ou gravar uma música e, com um toque, publicá-la no SoundCloud. Lá, a gravação aparece junto com os comentários dos ouvintes. E o site também tem seu próprio app para iPhone e iPad.

Haynes tem trabalhado para atrair mais desenvolvedores. Ele já organizou várias maratonas de criação de aplicativos musicais conhecidas com Music Hack Days. Um concurso de aplicativos com esse nome acontece durante a Campus Party. O vencedor vai ganhar uma viagem para ir à Campus Party no Vale do Silício, na Califórnia.

O SoundCloud também se beneficiou da popularização dos smartphones. É um processo parecido com o que permitiu o crescimento de serviços de compartilhamento de fotos como o Instagram. “Todos têm uma câmera no bolso, e têm também um microfone. Com um smartphone, compartilhar áudio é tão fácil como compartilhar fotos”, diz Haynes.

Mas o sucesso do YouTube leva à inevitável questão sobre o futuro de um serviço que permite compartilhar apenas som, sem as imagens. “O som permite a execução de atividades paralelas. Quando vemos um vídeo, nossa atenção fica concentrada nele. Já uma música pode ser ouvida enquanto se realiza outra tarefa. São muitas as situações em que o que interessa é o áudio”, argumenta Haynes.

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