(Sony/Divulgação)
Lucas Agrela
Publicado em 28 de dezembro de 2018 às 18h21.
Última atualização em 28 de dezembro de 2018 às 18h22.
A Sony, a maior fabricante de chips para câmeras usadas em smartphones, vai aumentar a produção de sensores 3D de última geração após atrair o interesse de clientes como a Apple.
Os chips vão alimentar as câmeras 3D frontais e traseiras dos modelos de várias fabricantes de smartphones em 2019 e a Sony vai iniciar a produção em massa no fim do terceiro trimestre para atender a demanda, de acordo com Satoshi Yoshihara, diretor da divisão de sensores da Sony. Ele preferiu não fornecer metas de vendas ou de produção, mas disse que a divisão 3D já está dando lucro e terá impacto nos resultados do ano fiscal que começa em abril.
A perspectiva otimista da Sony para as câmeras 3D traz um otimismo muito necessário para o setor global de smartphones, que está sofrendo uma desaceleração, já que os consumidores encontram menos razões para atualizar os dispositivos. A empresa com sede em Tóquio começou a fornecer kits de ferramentas de software para desenvolvedores externos, para que eles possam experimentar com os chips e criar aplicativos que geram modelos de rostos para comunicação ou objetos virtuais para compras on-line.
“As câmeras revolucionaram os celulares e, com base no que eu vi, tenho a mesma expectativa para o 3D”, disse Yoshihara, que trabalhou durante mais de uma década na adoção mais ampla das câmeras para smartphones no setor. “O ritmo vai variar de acordo com o campo, mas definitivamente veremos a adoção do 3D. Tenho certeza disso.”
A Sony controla cerca de metade do mercado de chips para câmeras e é fornecedora de clientes como Apple, Alphabet e Samsung Electronics, embora Yoshihara não as tenha identificado pelo nome, citando acordos de confidencialidade. A Huawei Technologies está empregando câmeras 3D da Sony em modelos de última geração, disseram pessoas a par do assunto à Bloomberg neste mês.
Yoshihara disse que a tecnologia da Sony difere da abordagem de “luz estruturada” dos chips atuais, que têm limites em relação à precisão e à distância. A Sony usa um método chamado “tempo de voo”, que envia pulsos de laser invisíveis e mede quanto tempo eles levam para voltar, o que, segundo ele, cria modelos 3D mais detalhados e funciona a distâncias de cinco metros. Outros usos são os jogos para dispositivos móveis, que podem envolver a criação de personagens virtuais que interagem e navegam por ambientes do mundo real, ou aqueles controlados por gestos da mão.
Na verdade, a demanda pela tecnologia da Sony não foi testada e ainda não se sabe se o interesse do consumidor pelo 3D será suficiente para tirar o mercado de smartphones de sua depressão. Os embarques globais anuais provavelmente caíram 3 por cento em 2018 e estima-se um crescimento de apenas 2,6 por cento em 2019, de acordo com a IDC. Yoshihara também disse que só serão necessários dois chips 3D por dispositivo, para a câmera frontal e a de trás, apesar da tendência das fabricantes de smartphones de ter três ou mais câmeras.
“A coisa mais importante do ano que vem será entusiasmar as pessoas”, disse Yoshihara.