Huawei: chinesa está sendo forçada a pensar na viabilidade de seus próximos lançamentos com cautela (Alex Tai/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2019 às 05h54.
Última atualização em 19 de setembro de 2019 às 06h59.
Em um mundo dividido entre Android e IOS, a Huawei está sendo forçada a pensar na viabilidade de seus próximos lançamentos com cautela. Em maio, os Estados Unidos advertiram a companhia de que proibiria a negociação de empresas estadunidenses com a marca chinesa. Nesta quinta-feira 19, a marca símbolo da guerra comercial entre as duas potências estreia uma nova linha de produtos, entre eles o tão aguardado smartphone Huawei Mate 30, que chega suscitando a dúvida de como a marca se colocará agora que não pode mais contar com o Android.
Tentando criar uma alternativa aos softwares da Apple, o IOS, e do Google, o Android, no início de agosto a Huawei anunciou um próprio sistema operacional. Batizado de Harmony OS, a marca já vinha trabalhando em um suporte próprio desde 2012, mas a pressão para desenvolvê-lo aumentou desde 15 de maio, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, colocou a Huawei em uma lista de empresas proibidas.
A proibição ainda não está em vigor. Por duas vezes, os Estados Unidos emitiram uma licença temporária permitindo que a Huawei continue comprando produtos e serviços de empresas americanas, mas não se sabe até quando. Com o sistema operacional próprio, o maior desafio para que a Huawei continue crescendo será conseguir popularizar o novo software em um mercado que pertence quase que exclusivamente a suas duas rivais norte-americanas.
A prova do imenso desafio a ser enfrentado pela empresa chinesa em um futuro não tão distante é que o Huawei Mate 30 deve vir equipado com uma versão de código aberto do Android, o que, no entanto, não inclui os tradicionais aplicativos do Google como maps e Youtube, Gmail ou Youtube. O aparelho também não tem a Google Play Store, de onde aplicativos como Facebook podem ser baixados. A esperança, portanto, está mais do que nunca com os consumidores chineses.
Por si só, a China é um gigantesco mercado que puxa as vendas da Huawei. Somente no país, a companhia vendeu mais celulares do que a Apple comercializou no mundo inteiro. Segundo a consultoria IDC, foram cerca de 58 milhões de smartphones negociados na China contra 33 milhões de Iphones comprados em todo o mundo no primeiro trimestre de 2019. Na alienação do Android, a batalha da Huawei será popularizar seu sistema operacional em casa para depois vendê-lo ao mundo.