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O smartphone é o novo personal trainer

Atualmente, todas as marcas esportivas (Puma, Nike, New Balance, Adidas, Reebok e Asics) têm aplicativos próprios, pagos ou gratuitos


	Corrida: apps se adaptam para vários esportes e programadores não param de ter ideias
 (Getty Images)

Corrida: apps se adaptam para vários esportes e programadores não param de ter ideias (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2014 às 20h12.

Fazer flexões com o nariz colado na tela do telefone, treinar para correr uma maratona, calcular o número de calorias queimadas ou tomar o pulso: cada vez mais, os smartphones fazem as vezes de treinadores, a julgar pelo sucesso crescente dos aplicativos de prática esportiva.

"No começo, corria dois quilômetros porque estava um pouco gordo. O aplicativo me motivou e comecei a correr mais, melhor e mais rápido. Agora, corro três vezes por semana, uma média de 80 km por mês", conta Denis Lopez, um comerciante francês de 42 anos, adepto do aplicativo Nike Running há três anos.

"Tentei correr sozinho, mas era dificílimo. Não achava nada para me motivar", continua.

Atualmente, todas as marcas esportivas (Puma, Nike, New Balance, Adidas, Reebok e Asics) têm aplicativos próprios, pagos ou gratuitos.

Através delas, oferecem GPS para registrar o percurso, um programa de preparação para maratona, cronômetro, velocímetro, número de calorias queimadas, playlists, etc.

A Runtastic, uma das líderes do setor, diz ter mais de 85 milhões de downloads, "mais de uma por segundo". A Runkeeper diz ter 34 milhões de usuários.

Os aplicativos se adaptam para vários esportes (atletismo, natação, ciclismo, musculação) e seus programadores não param de ter ideias para fidelizar a clientela, propondo mensagens de incentivo ou vídeos das façanhas de algumas pessoas, que podem ser compartilhadas nas redes sociais.

Clientelas diferentes

Os aplicativos são muito mais baratos que um 'personal trainer', mas chegarão a fazer sombra no de carne e osso?

Para Romain Lala-Bouali, treinador e gerente da "JustCoaching", os aplicativos são úteis: "Nós os usamos com nossos clientes, sobretudo para a corrida".

No entanto, segundo ele, estes aplicativos não se dirigem ao mesmo público. "Não estamos falando do mesmo orçamento. Nossos clientes são mães de família, esportistas, gente com alto poder aquisitivo... Nunca teremos estudantes".

A motivação, por outro lado, não é a mesma. "Está claro que não há nada que me obrigue a correr", diz Cécile, usuária do Nike Running.

"Com o aplicativo, as pessoas abandonam rápido, já conosco, embora estejam cansadas, não podem cancelar, porque têm hora marcada", explica Romain Lala-Bouali.

O treinador adverte também para o risco das posturas erradas e que os aplicativos não conseguem corrigir. "Se tem dores no ombro, o aplicativo não vai saber mudar sua série. Nós, ao contrário, nos adaptamos à idade e ao local do treinamento" do aluno, explica Lala-Bouali.

Na impossibilidade de dar conta de tudo, os aplicativos conta-atacam com novas funções. O Runtastic propõe contar as flexões tocando a tela com a ponta do nariz, medir a frequência cardíaca com o captor da máquina fotográfica ou se distrair durante o treino com histórias de 30 a 40 minutos, com música e som ambiente, "como se a gente fosse um fugitivo de Alcatraz ou se estivesse na selva amazônica".

O site "Running heroes" premia os usuários com bônus de redução em empresas parceiras cada vez que correm com seu aplicativo.

Alguns adeptos destes aplicativos encontraram novos usos e organizam seu percurso de forma que, ao desenhar o trajeto no GPS, apareça um personagem ou um desenho - dragões, corações ou até mesmo um pênis - que publicam nas redes sociais.

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