Em janeiro, os dados pessoais de mais de 200 brasileiros foram expostos em hack (the-lightwriter/Getty Images)
Laura Pancini
Publicado em 9 de fevereiro de 2021 às 11h18.
O Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou o bloqueio do Fui Vazado, site que identificava se (e quais) informações pessoais foram comprometidas após o megavazamento de dados que expôs mais de 200 milhões de brasileiros.
A ordem foi emitida e assinada pelo ministro Alexandre de Moraes na última quarta-feira (3). Na segunda-feira de manhã (8), o site ficou fora do ar e passou a exibir as mensagens “Acesso negado” e “Este site está usando um serviço de segurança para se proteger de ataques online”.
No site, usuários digitavam seu CPF e data de nascimento para descobrir se seus dados foram comprometidos no megavazamento que ocorreu no final de janeiro. A plataforma viralizou , mas o seu próprio sistema de segurança foi duramente questionado, uma vez que solicita informações pessoais.
Em entrevista realizada há algumas semanas, o criador do Fui Vazado afirma que não tem os dados vazados, mas que encontrou um fórum com "amostras grátis" das informações à venda e que, assim, conseguiu criar o site. Ele garante que as consultas não ficam registradas.
Para o ministro do STF, Alexandre de Moraes, "a comercialização de informações e dados privados e sigilosos de membros desta corte atinge diretamente a intimidade, privacidade e segurança pessoal de seus integrantes". Ele também removeu do ar outros três sites "localizados em fóruns da deepweb" e determinou que as empresas e sites de busca Google, Yahoo, Ask e Bing retirassem todos os resultados para as quatro plataformas.
"Há, portanto, a necessidade de fazer cessar lesão ou ameaça de lesão a direito (art. 5º, XXXV, CF), visando interromper o incentivo à quebra da normalidade institucional, concretizado por meio da divulgação e comercialização de dados privados e sigilosos de autoridades", disse Moraes.