Alguns exemplos já podem ser vistas em uso: o Galaxy S III consegue detectar se o usuário quer ligar para uma pessoa com a qual está trocando mensagens SMS (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 8 de junho de 2012 às 10h25.
São Paulo – Uma nova era da computação promete fornecer aos usuários uma rica e ainda não vista experiência entre todos seus dispositivos conectados.
Atualmente, a interação de humanos com seus dispositivos ainda depende de instruções específicas ou de um mouse para realizar uma tarefa, por exemplo.
Mas recentemente presenciamos o surgimento de uma nova tendência de dispositivos inteligentes que permitirá monitorar ou mesmo antecipar o comportamento humano. Eles poderão automaticamente realizar tarefas que necessitam ser feitas ou mesmo deixar o ambiente do usuário ainda mais personalizado.
Este conceito, no entanto, não é recente. A internet das coisas, termo cunhado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), prevê que aplicações irão se integrar e interagir com objetos inteligentes e conectados em sua volta.
Os principais conceitos deste novo paradigma de comunicações seriam a identificação e captura de dados automáticos, percepção de contexto e acesso autônomo a redes de comunicações. A ideia é que tudo tenha um endereço IP, desde uma simples geladeira até uma pintura na parede.
Dados como a localização do usuário, dispositivos ao redor e mesmo informações sensíveis como preferências e redes sociais, poderão ser aproveitados por novas aplicações por meio de capacidades sensitivas embutidas em dispositivos inteligentes que podem ser vestidos pelo usuário, chamados de wearable devices.
“Esses conceitos aplicados simultaneamente permitem que os objetos se comuniquem e que dessa comunicação emerja inteligência fazendo com que se configurem aplicações para que os objetos e o ambiente fiquem à disposição do usuário final. Essa conexão será essencialmente sem fio e móvel”, explica Roberto Amazonas, engenheiro e professor do departamento de Engenharia e Telecomunicações da Poli.
Alguns exemplos de sensores e aplicações já podem ser vistas em uso atualmente. Smartphones podem detectar se o usuário quer ligar para uma pessoa com a qual está trocando mensagens SMS, como ocorre com o Galaxy S III, por exemplo.
Ou mesmo a patente de uma tatuagem eletrônica criada pela Nokia, que permitirá ao usuário controlar e receber informações de seu telefone. Outro dispositivo que exemplifica esta tendência é o Project Glass, óculos inteligentes desenvolvidos pelo Google e que poderão ser utilizados como um assistente pessoal pelo usuário.
O potencial para estas novas aplicações é enorme. Uma previsão da consultoria Gartner aponta que em poucos anos nós gastaremos mais de 96 bilhões de dólares com aplicações inteligentes. A empresa espera que até 2015 a contextualização seja tão influente nas aplicações móveis como as ferramentas de busca são para a web.
E essas aplicações não ficariam restritas somente aos usuários finais. Uma empresa poderá se beneficiar também desse conceito. Imagine receber uma ligação no celular, mas antes de atendê-la sua aplicação iria contextualizar os dados da pessoa que está ligando com uma base de dados no seu notebook e repassar essas informações automaticamente para que você possa se preparar para a conversa.
Esta computação contextualizada poderá fornecer a informação exata ao funcionário antes deste tomar uma decisão importante. Ou mesmo enviar documentos para toda uma equipe revisá-los antes que a reunião ocorra.
“Estamos diante de uma nova realidade e não da ficção científica. Novos serviços, aplicações e dispositivos já estão sendo desenvolvidos. Em muito pouco tempo estaremos comprovando uma mudança radical na vida cotidiana. As aplicações e serviços abrangem todas as atividades da sociedade como rastreamento alimentar, vida assistida de idosos, automação hospitalar, controle de tráfego. Se bem utilizada, a infraestrutura da Internet das Coisas será um instrumento para promover uma enorme revolução e inclusão social”, aposta Amazonas.
Estas são apenas algumas das formas que a computação contextualizada poderá mudar a forma como interagimos com nossos dispositivos. Seria então justo dizer que essas aplicações logo poderão fazer parte do seu corpo e torna-lo também em um gadget.