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Séries originais na internet, nova disputa de grandes grupos

Grandes grupos de tecnologia agora travam uma disputa para produzir série originais na internet, com a ambição de competir com os programas exibidos na TV

TV com internet exibe opções de menu: grupos são motivados, também, pelo faturamento publicitário (Don Emmert/AFP)

TV com internet exibe opções de menu: grupos são motivados, também, pelo faturamento publicitário (Don Emmert/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2014 às 15h00.

Nova York - Quem será responsável por uma nova "House of Cards", questionam-se os grandes grupos de tecnologia, que agora travam uma disputa para produzir série originais na internet, com a ambição de competir com os programas exibidos na TV, motivados, também, pelo faturamento publicitário.

O último grupo a entrar na aventura foi o Yahoo!, que procura roteiristas e diretores para quatro séries de comédia, afirma o Wall Street Journal, e pretende pagar entre 700.000 e um milhão de dólares por episódio, para um total de 10 capítulos por série.

A situação recorda as grandes quantias investidas ano passado pelo portal Netflix para a série política "House of Cards". Um orçamento de mais de 100 milhões de dólares que permitiu a contratação de estrelas de Hollywood e vários prêmios, incluindo um Globo de Ouro para a atriz Robin Wright e um Emmy para o diretor David Fincher.

Concorrência

Sites de vídeos por demanda como o Netflix usam cada vez mais séries originais para estabelecer uma diferença em relação aos concorrentes.

A aposta também foi feita pelo Hulu e mais recentemente pelo gigante de vendas on-line Amazon, que tem a série "Alpha House".

Além disso, na semana passada a Amazon aprovou seis novos programas, incluindo uma série dramática ("The After"), desenvolvida pelo criador do grande sucesso dos anos 90 "Arquivo X" (X-Files), Chris Carter, e uma comédia dramática sobre "sexo, droga e música clássica" com os atores Gael García Bernal e Malcolm McDowell ("Mozart in the jungle").

Outro novo interessado na disputa pela programação original on-line é o grupo Microsoft.

A empresa pretende aumentar os atrativos do console de jogos Xbox One com funcionalidades multimídia. No ano passado, quando apresentou a ideia, prometeu uma série original produzida especialmente por Steven Spielberg e baseada no jogo "Halo".

A Microsoft adicionou nesta semana a série de ficção científica "Humans", coproduzida com um canal tradicional, o Channel 4, que a exibirá em 2015 no Reino Unido, enquanto o Xbox será a plataforma de lançamento na América do Norte.


A divisão Xbox, "envolvida pelo interesse da comunidade de criadores", aprovou seis programas com outros três em desenvolvimento, segundo uma porta-voz.

Provavelmente em uma tentativa de não perder espaço, mas com a vantagem de ter o próprio estúdio de cinema, o grupo japonês Sony também confirmou que deseja produzir uma série original para o PlayStation.

Fonte de renda publicitária

Por trás do entusiasmo com as séries originais para internet, o objetivo dos grandes grupos do setor de tecnologia e financeiro.

O grupo AOL acaba de renovar quatro séries, incluindo um documentário sobre balé em Nova York produzido por Sarah Jessica Parker, conhecida pela série "Sex and the City".

"O sucesso das séries é comparável com o de programas similares na TV a cabo, o que as torna muito atrativas para os publicitários e estabelece uma alternativa viável ante a publicidade televisiva", afirma Charles Gabriel, diretor de vídeo da AOL.

Para os analistas, a publicidade é o objetivo do Yahoo!, que não teria descartado o projeto de comprar um site de vídeos on-line depois do fracasso com o francês DailyMotion. A meta seria rivalizar com o YouTube, do Google.

O YouTube ficou ano passado nos Estados Unidos com a maior fatia (20,4%) no mercado, considerado muito promissor, dos vídeos publicitários na internet, segundo a empresa emarketer.

"Conteúdos de qualidade deveriam poder atrair recursos (publicitários) previstos para a televisão", destaca a empresa de pesquisas Pivotal.

Mas adverte, no entanto, que para garantir um crescimento a longo prazo será necessário "desenvolver com êxito" os conteúdos originais, "várias vezes".

E o mais provável é que os grupos de televisão tradicionais não ficarão parados. A compra recente de um grande produtor de conteúdo para os canais do YouTube, Maker Studios, a Disney já começa a movimentação.

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