Leitor de digitais: nova proposta quer esconder leitor sob a tela (Samsung/Divulgação)
Victor Caputo
Publicado em 15 de dezembro de 2017 às 05h55.
Última atualização em 15 de dezembro de 2017 às 05h55.
São Paulo – O ano de 2018 deve trazer uma grande mudança para os smartphones: os sensores de digitais devem começar a desaparecer. Isso não quer dizer que eles não serão mais usados, mas que não serão mais visíveis em alguns aparelhos.
Para 2017, o site EXAME havia apostado em uma tendência de design para smartphones, as “telas infinitas”, que vão de ponta a ponta nos smartphones. Samsung e Apple adotaram esse desenho com dois dos smartphones mais importantes do mundo, o Galaxy S8 e o iPhone X.
Essa mudança traz um problema central: o que fazer com os sensores de digitais que, tradicionalmente, ocupam a porção frontal dos smartphones?
A solução da Apple, como você deve lembrar, foi colocar o FaceID, um conjunto de sensores de ponta que reconhece a face do dono do smartphone e destrava para uso. A Samsung, por sua vez, foi mais pragmática e deslocou o sensor para a parte traseira—solução comum entre alguns Androids.
Mas uma novidade promete mudar esse jogo. A Synaptics, empresa de soluções de interface por toque, anunciou que obteve bons resultados no desenvolvimento de um sensor de digitais integrado ao vidro da tela, tecnologia que batizou de Clear ID.
Mais do que isso. No anúncio, a Synaptics afirma que já tem um primeiro cliente e que fará demonstrações em janeiro. A empresa não confirma quem usará a sua nova tecnologia, mas diz ser uma das cinco maiores fabricantes de smartphones.
A lista de maiores fabricantes da IDC, consultoria de mercado, tem: Samsung, Apple, Huawei, Oppo, e Vivo. O anúncio não faz nem um pouco o estilo da Apple, que pode ser retirada da lista. Sobram a Samsung e outras três fabricantes da China.
Informações da imprensa estrangeira relatam que a Samsung trabalhou em conjunto com a Synaptics para usar o sensor “invisível”, mas teve de voltar atrás de última hora.
A tendência, portanto, é que o Galaxy S9, próximo topo de linha da empresa, conte com essa tecnologia. O nome mais provável para uma parceria com a Synaptics, então, seria a Samsung.
Mesmo assim, alguns relatos afirmam que a Samsung se afastou da Synaptics recentemente. Não seria surpresa a chegada do sensor pelas mãos de alguma fabricante chinesa, como a Xiaomi, que foi uma das precursoras das “telas infinitas”, ou Huawei, que tem impressionado com alguns smartphones.
Pelas mãos de uma ou de outra, o fato é que, caso a tecnologia funcione tão bem quanto a Synaptics diz, ela deve se espalhar entre os smartphones topo de linha anunciados entre 2018 e 2019--e, eventualmente, deve chegar a produtos da gama intermediária.
No texto de anúncio, a Synaptics chega a citar tecnologias de leitura facial, assim como a que a Apple usa em seu novo iPhone X. “Clear ID é mais rápido do que alternativas biométricas como o 3D facial”, escreve a empresa. Outro benefício seria que a tecnologia funciona com dedos “molhados, secos e gelados”. A empresa afirma que é possível fazer a autenticação ao posicionar o dedo em qualquer ângulo.
“Consumidores preferem autenticação por digital na frente do telefone e com a indústria rapidamente mudando para telas infinitas sem bordas e OLED, o substituto natural para o sensor de digitais é o próprio display”, diz Kevin Barber, vice-presidente sênior e gerente da divisão mobile da Synaptics, em comunicado.
A empresa promete demonstrações da tecnologia na feira CES, que acontece em Las Vegas em Janeiro.