A Sony anunciou na semana passada uma perda líquida de 259,6 bilhões de ienes no ano fiscal de 2010, seis vezes mais do que perdeu no ano anterior, depois dos ataques (David Becker/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 21 de julho de 2011 às 19h20.
Nova York - Uma das seguradoras da Sony pediu a um tribunal para não ser obrigada a ressarcir danos que podem ser incorridos pelo conglomerado japonês diante eventuais indenizações nos numerosos processos judiciais relacionados à grande violação de dados ocorrida na PlayStation Network no começo do ano.
A disputa surge em um momento de alta na demanda por "seguro cibernético", já que as empresas desejam se proteger contra queixas de clientes e contra os custos associados em casos de roubo de dados e identidade.
A forma dessas apólices se tornou grande tema de debate no setor de seguros. A Zurich American Insurance solicitou a um tribunal estadual de Nova York, em uma petição apresentada na quarta-feira, que determine que ela não precise defender ou indenizar a Sony contra quaisquer solicitações "apresentadas em processo coletivos, em queixas diversas ou em potenciais processos futuros instituídos por secretários estaduais de Justiça".
A Zurich American, subsidiária da Zurich Financial Services, também está processando unidades da Mitsui Sumitomo Insurance, AIG e ACE, solicitando que o tribunal esclareça suas responsabilidades pelas diversas apólices de seguros que elas venderam à Sony.
"A Zurich não acredita que tenha obrigação de cobertura, mas na medida em que pode existir um dever de defesa, a empresa deseja garantir que todas as seguradoras com o potencial dever de defesa façam sua contribuição", disse Richard Bortnick, advogado do escritório Cozen O'Connor e editor do blog de Direito CyberInquirer.
Bortnick, que não está envolvido no caso, disse que embora a Sony tenha a possibilidade de alegar que sofreu danos patrimoniais como resultado da violação de dados, é provável que a Zurich alegue que as apólices genéricas de seguro adquiridas pela Sony jamais tiveram a pretensão de cobrir ataques digitais.
A Sony por enquanto não quis comentar. A AIG se recusou a comentar, e não foram localizados representantes da Mitsui Sumitomo para falar sobre o assunto de imediato.