schumacher (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 31 de dezembro de 2013 às 11h12.
O heptacampeão mundial de Fórmula 1 Michael Schumacher foi submetido durante a noite de segunda-feira a uma segunda cirurgia e teve uma "leve melhora", mas seu estado continua sendo crítico, anunciou nesta terça-feira equipe médica do hospital de Grenoble (sudeste da França).
"A situação está mais sob controle do que ontem (segunda-feira)", afirmaram os médicos. Schumacher está internado no hospital de Grenoble desde domingo, quando sofreu um acidente enquanto esquiava nos Alpes franceses. "Mas seu estado médico ainda é crítico e muito frágil", advertiram.
O ex-piloto alemão segue em hipotermia e coma induzidos, completaram os médicos, que destacaram estar surpresos com a melhora do paciente. Os médicos anunciaram que uma "melhora transitória" do estado de saúde de Schumacher na segunda-feira permitiu a realização de uma tomografia sem riscos desnecessários, antes de uma cirurgia de quase duas horas durante a noite para extrair um hematoma situado na parte direita do cérebro.
"Ao observar a tomografia, ficamos um pouco surpresos com a melhora", afirmou o professor Emmanuel Gay, diretor do departamento de neurocirurgia, que destacou que o hematoma extraído já existia na véspera, mas que a operação estava fora dos planos.
O exame de controle mostrou na manhã desta terça-feira que a retirada do hematoma era correta e satisfatória, disse Jean-François Payen, diretor do serviço de reanimação, que insistiu que "a situação está mais controlada que na segunda-feira".
Os médicos, no entanto, se recusaram a fazer uma previsão sobre o estado de saúde do alemão. "A tomografia mostra que há outras lesões", afirmaram os médicos, que consideram no momento a ideia de uma transferência do paciente para outro hospital perigosa.
Com a família ao lado "Não podemos dizer 'vencemos'. Precisamos dizer que temos altos e baixos e que está um pouco melhor que ontem, que globalmente em 24 horas está um pouco melhor que no início. Mas temos que ser realistas", declarou o neurocirurgião Gérard Saillant, amigo de Schumacher e presente desde domingo em Grenoble.
A família de "Schumi", que está a seu lado, é "muito sensível a tudo que os médicos fazem", completou, antes de pedir aos jornalistas de todo o planeta que "não pressionem o mundo médico".
Os médicos afirmaram na segunda-feira que Schumacher, que já havia sido submetido a uma primeira operação no domingo, sofreu lesões cranianas "difusas e sérias".
Schumacher sofreu um acidente no domingo quando esquiava com o filho de 14 anos fora da pista na estação de Meribel (Saboya), onde possui uma casa. O ex-piloto caiu e bateu com a cabeça em uma rocha. O impacto foi tão forte que o capacete quebrou em duas partes, segundo uma fonte ligada à investigação.
Segundo uma pessoa que trabalhou no resgate, citada pelo jornal alemão Bild, quando os socorristas chegaram ao local "o capacete de Schumacher estava quebrado e se via muito sangue".
O alemão foi levado imediatamente para o Centro Hospitalar Universitário (CHU), especializado em traumatismos, especialmente os relacionados com os esportes alpinos. Os médicos de Schumacher destacam que não querem especular sobre o futuro do heptacampeão e que se limitarão a divulgar, em coordenação com a família, as notícias de acordo com a evolução clínica.
O anúncio do acidente com o maior campeão da história da F1 provocou reações entre os pilotos e fãs em todo o mundo. Vários jornalistas da imprensa internacional seguiram para Grenoble. A justiça de Albertville, em Saboya, abriu uma investigação sobre "as circunstâncias e as causas do acidente".
Michael Schumacher é o piloto de Fórmula 1 com mais títulos na história, sete, e mais vitórias em Grandes Prêmios, 91.