Hoje, Saverin mora em Cingapura, onde está envolvido com a gestão da Jumio, startup que oferece soluções para pagamentos móveis (Jason Kempin/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2012 às 18h57.
Nova York - O cofundador do Facebook, Eduardo Saverin, que renunciou à sua cidadania norte-americana, foi acusado por dois senadores dos Estados Unidos nesta quinta-feira de tê-lo feito para evitar impostos sobre os lucros do Facebook nos mercados de ações.
"É enfurecedor ver alguém vender o país que o recebeu de braços abertos, protegeu-o, educou-o e ajudou-o a se tornar milionário", disse o senador Charles Schumer à imprensa. "Queremos impedir esse estratagema".
Em uma nota enviada por seu porta-voz à Reuters, Saverin disse que pagará "centenas de milhões de dólares em impostos ao governo norte-americano".
"Eu paguei e continuarei a pagar quaisquer impostos sobre tudo que lucrei enquanto cidadão norte-americano", diz a nota. "É lastimável que minha escolha pessoal tenha gerado um debate público, baseado não em fatos, mas somente em especulação e informações falsas".
Saverin disse que sua decisão de renunciar à sua cidadania norte-americana e se mudar para Cingapura se baseou somente "em meu interesse em trabalhar e viver em Singapura, onde resido desde 2009".
O Facebook planeja levantar bilhões de dólares numa oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) que poderia gerar grandes impostos, estimados em 67 milhões de dólares, sobre o ganhos de Saverin, que ainda é parcialmente dono da empresa.
Brasileiro, Saverin foi educado nos Estados Unidos e se tornou um cidadão norte-americano. Durante seus estudos universitários, ele foi cofundador do Facebook junto a Mark Zuckerberg e outros.
Saverin vive hoje em dia em Cingapura, cuja legislação não inclui impostos sobre ganhos de capital. O imposto a longo prazo sobre ganhos de capital nos Estados Unidos é de, no mínimo, 15 por cento.
Schumer e o senador Bob Casey, ambos membros do Partido Democrata, disseram que vão propor legislações com o fim de atacar o que veem como uma maneira de expatriados evitarem impostos.
A lei presumiria que expatriados com patrimônio de 2 milhões de dólares ou mais, cujo valor médio pago em impostos tenha superado 148 mil dólares nos últimos cinco anos, renunciaram a sua cidadania com o objetivo de evitar impostos.
Esses expatriados de alta renda teriam uma chance de provar o contrário ao International Revenue Service, mas se não forem bem sucedidos, teriam de enfrentar taxação de 30 por cento em futuros ganhos sobre investimentos, não importando onde residam.
Caso não paguem esses impostos, seriam proibidos de readentrar os Estados Unidos.