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Samsung reporta lucro abaixo do esperado no 3º trimestre e ações caem 1,15%

A empresa sul-coreana projeta um aumento de 274% no lucro operacional, mas ainda fica abaixo das previsões de analistas

Samsung apresentou resultados abaixo do esperado e vê ações sofrerem leve queda. (AFP/Divulgação)

Samsung apresentou resultados abaixo do esperado e vê ações sofrerem leve queda. (AFP/Divulgação)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 8 de outubro de 2024 às 07h39.

A Samsung divulgou, nesta terça-feira, 8, uma projeção de lucro operacional para o terceiro trimestre de 2024 que, embora expressivo, ficou abaixo das expectativas de mercado. A gigante sul-coreana estimou um lucro de 9,10 trilhões de won (aproximadamente R$ 37,31 bilhões), marcando um aumento de 274% em relação ao mesmo período de 2023, quando o valor foi de 2,43 trilhões de won (cerca de R$ 9,96 bilhões). Mesmo com o crescimento significativo, a projeção não alcançou as estimativas dos analistas do LSEG, que apontavam para um lucro de 11,456 trilhões de won (cerca de R$ 46,97 bilhões). As informações são da CNBC.

Esse resultado reflete a situação desafiadora enfrentada pela Samsung, que é líder mundial no mercado de chips de memória e a segunda maior fabricante de smartphones do mundo. A empresa enfrenta dificuldades tanto no segmento de chips quanto na linha de dispositivos móveis. As receitas da Samsung no trimestre foram projetadas em 81,96 trilhões de won (em torno de R$ 336 bilhões), enquanto o mercado continua observando com atenção os movimentos da empresa em resposta às pressões da indústria.

Um dos principais fatores que afetaram o desempenho financeiro da Samsung foi o baixo rendimento de sua divisão de chips, impactada por uma série de eventos adversos. A empresa afirmou que enfrentou custos pontuais elevados e foi afetada por ajustes de estoque realizados por clientes do setor de telefonia móvel, além de uma maior oferta de produtos de memória de competidores chineses. Esse cenário desafiador é agravado pela menor demanda global por chips convencionais, como os DRAMs, que são amplamente utilizados em dispositivos como laptops e PCs. Segundo analistas, a queda na demanda por esses componentes é um ponto crítico para a Samsung, que ainda está buscando formas de reposicionar sua operação diante da concorrência crescente.

Atrasos com chips

Adicionalmente, a Samsung relatou atrasos no envio de seus chips HBM3E para clientes importantes. Esses componentes, que oferecem alta largura de banda, são cruciais para aplicações de inteligência artificial e computação avançada, segmentos nos quais a Samsung tem enfrentado concorrência intensa. Apesar dos esforços para expandir sua presença no mercado de chips avançados, a empresa ainda não conseguiu capturar fatias de mercado na velocidade desejada. O chefe de alocação global de ativos da Yuanta Securities Korea, Daniel Yoo, apontou que a Samsung parece menos agressiva na conquista de mercado em comparação com períodos anteriores, o que levanta preocupações sobre a capacidade da empresa de se adaptar rapidamente.

A Samsung também tomou medidas internas para lidar com o ambiente desafiador. Em setembro, a empresa orientou suas subsidiárias a reduzir até 30% do quadro de funcionários em certas divisões, em uma tentativa de ajustar a operação e conter custos. A notícia gerou uma reação negativa no mercado, com as ações da Samsung listadas na Bolsa de Valores da Coreia do Sul acumulando uma queda de 22% no ano, segundo dados do LSEG. A reação do mercado também reflete as preocupações dos investidores sobre o futuro da empresa em um cenário de competição acirrada e rápida evolução tecnológica.

O vice-presidente da Samsung, Jun Young-hyun, pediu desculpas pelo desempenho aquém das expectativas e reforçou o compromisso da empresa em adotar uma abordagem mais flexível para o controle de sua oferta de memória. Isso é especialmente relevante no contexto do mercado de DRAM, onde a Samsung enfrenta dificuldades para manter a liderança diante de concorrentes menores, mas cada vez mais competitivos. Analistas da Macquarie Equity Research indicaram que a empresa pode ser mais vulnerável a oscilações nesse segmento, uma vez que sua exposição a esses produtos é elevada.

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