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Samsung explica problemas que fizeram Galaxy Note 7 explodir

Fabricante fez recall do produto e disse que 96% dos aparelhos vendidos foram devolvidos

Galaxy Note 7: dois problemas causaram explosões do aparelho (Andrew Zuis/Acervo Pessoal/Reprodução)

Galaxy Note 7: dois problemas causaram explosões do aparelho (Andrew Zuis/Acervo Pessoal/Reprodução)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 23 de janeiro de 2017 às 06h00.

Última atualização em 23 de janeiro de 2017 às 10h24.

São Paulo -- O Galaxy Note 7 não chegou a ser vendido no Brasil, mas o smartphone ficou conhecido pelo problema que o tirou do mercado global: ele explodia. Na noite de domingo, a Samsung explicou que dois problemas diferentes fizeram o aparelho ter instabilidades em sua bateria.

Primeiramente, o smartphone, lançado em agosto do ano passado em países como Estados Unidos e Coreia do Sul, teve um problema no separador dos eletrodos positivo e negativo. Quando eles se encontravam, ocorria um curto-circuito que fazia o dispositivo criar uma pequena explosão. Um dos motivos indicados pela companhia, em sua conferência global transmitida online, é que o eletrodo negativo estaria posicionado incorretamente e o curto acontecia no canto superior direito.

Após identificar o incidente com alguns consumidores, a fabricante ofereceu um programa de trocas em setembro. A questão é que a segunda bateria que foi colocada no Galaxy Note 7 estava com uma falha distinta no eletrodo negativo, que gerava um curto-circuito e levava à explosão do aparelho. 

Depois desse segundo incidente, a Samsung parou a fabricação do Galaxy Note 7 e anunciou recall, em outubro.

bateria do galaxy note 7

Galaxy Note 7: problemas na bateria causaram curto-circuitos (Lucas Agrela/EXAME.com/Reprodução)

Especialistas independentes convocados pela Samsung para participar do anúncio sobre as falhas encontradas no Galaxy Note 7 afirmaram que problemas na fabricação e design das bateria do produto levaram às explosões que causaram seu recall. Em alguns casos, os separadores dos eletrodos não estava presente, o que tornava a possibilidade de uma explosão maior no produto.

A Samsung informou que precisou reproduzir os problemas constatados no mercado utilizando mais de 200 mil exemplares do Galaxy Note 7, bem como 30 mil baterias adicionais.

A fabricante disse também ter testado o dispositivo sobre todos os aspectos possíveis, tanto de hardware quanto de software, para determinar se algum componente ou aplicativo causara um impacto não previsto na corrente elétrica do smartphone. Os resultados foram negativos e a única culpada pelas explosões é a bateria do aparelho.

DJ Koh, diretor da divisão mobile global da Samsung, disse que formou um conselho de especialistas que vai analisar as baterias dos seus dispositivos futuros e que a equipe da empresa segue comprometida a oferecer produtos e seguros para os consumidores.

Após a investigação do problema no Note 7, a Samsung informou que implementou uma ampla gama de processos internos de qualidade para garantir a segurança de seus produtos. Somente no caso das baterias, o programa de controle de qualidade agora é de 8 etapas.

Conferência da Samsung sobre o Galaxy note-7

DJ Koh: executivo da Samsung fez conferência online para explicar problemas do Note 7 (Reprodução/Lucas Agrela)

“Hoje, mais do nunca, estamos comprometidos a ganhar a confiança dos nossos consumidores por meio da inovação“, declarou Koh, admitindo que a companhia passou por momentos desafiadores nos últimos meses. “Esperamos que esse caso sirva como oportunidade para aumentar a segurança das baterias de íons de lítio para toda a indústria.“

A Samsung informou ainda que 96% dos smartphones da linha Galaxy Note 7 que foram vendidos globalmente foram devolvidos. Vale reforçar que o produto não chegou a ser comercializado oficial no Brasil. 

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