síria (REUTERS/ Khalil Ashawi)
Da Redação
Publicado em 8 de setembro de 2013 às 11h45.
Moscou - Rússia e Estados Unidos se enredaram em um duelo verbal sobre a Síria no Twitter, no qual deixaram claro que suas posturas sobre uma possível ação militar contra o país árabe continuam sendo opostas.
O estopim foram as afirmações da embaixadora dos EUA na ONU, Samantha Power, advertindo que as consequências da inação são muito mais graves do que o perigo de um ataque limitado contra o país árabe.
"Este é exatamente o argumento que utilizou o governo Bush para explicar sua agressão contra o Iraque. O resultado já o conhecemos", comentou Alexei Pushkov, chefe do Comitê das Relações Exteriores da Duma ou Câmara dos Deputados da Rússia, em sua conta no Twitter.
O embaixador dos EUA em Moscou, Michael McFaul, não demorou em responder a Pushkov.
"Falsa analogia. Ao contrário de 2003, ninguém dúvida que o regime (de Bashar al Assad) tem armas (químicas) e que as usou. Nós não invadiremos", assinalou.
O deputado russo insistiu: "Correta analogia: Bush estava buscando um pretexto para invadir o Iraque, Obama procura um pretexto para derrubar Assad".
"As falsas analogias são muito perigosas. Isso não é verdade. Obama não procura derrubar Assad. Tenta defender as normas internacionais sobre o não uso de armas químicas. A mudança de regime não é o objetivo. Escute Obama", replicou McFaul.
Pushkov denunciou que os "EUA se comportam como se todo o mundo apoiasse o ataque contra a Síria. Isso é uma completa falácia. Contra: a metade do G20, a maioria da UE, parte da Liga Árabe e o papa romano".
"Todos? No sábado a UE responsabilizou Assad do ataque químico de agosto na Síria. A Liga Árabe também", asseverou o embaixador americano.
Os presidentes russo, Vladimir Putin, e americano, Barack Obama, abordaram nesta sexta-feira o conflito sírio durante a cúpula do G20 em São Petersburgo, mas as posturas conitnuam sendo muito distantes, como reconheceu o Kremlin.
"Diziam que Obama não queria se colocar em uma guerra na Síria. Este mito foi quebrado pelo próprio Obama. Transformou-se definitivamente 'no Presidente da Guerra'", assegurou Pushkov no Twitter após a cúpula.