Apple: Rússia exigiu que a empresa remova o aplicativo Telegram da AppStore e ameaçou bloquear a loja virtual caso o pedido não seja atendido (Dado Ruvic/Reuters)
EFE
Publicado em 28 de maio de 2018 às 12h56.
Moscou - A Rússia exigiu que a Apple remova o aplicativo Telegram da AppStore e ameaçou bloquear a loja virtual da empresa caso o pedido não seja atendido, informou nesta segunda-feira órgão regulador das comunicações do país, Roskomnadzor.
"Roskomnadzor enviou à Apple uma carta que exige deixar de distribuir através da AppStore o aplicativo Telegram Messenger em território russo e impedir o envio dos seus avisos aos usuários russos", comunicou a entidade.
O órgão russo advertiu que em caso a exigência não seja obedecida, a multinacional americana será exposta a ações para impedir o funcionamento da loja virtual.
"Para evitar possíveis ações do Roskomnadzor para impedir o funcionamento dos serviços indicados (AppStore), pedimos informações o mais breve possível sobre as ações que a empresa empreenderá para resolver os problemas existentes", afirma a carta à Apple.
A Justiça russa proibiu o funcionamento do Telegram em abril deste ano porque o aplicativo se negou a proporcionar aos serviços de inteligência russos as chaves para decifrar as mensagens dos usuários, em cumprimento de uma lei aprovada com o pretexto de prevenir atividades terroristas.
Pouco depois, Roskomnadzor mobilizou uma ampla campanha para bloquear todos os servidores nos quais o Telegram se hospedava para continuar funcionando na Rússia.
O proprietário do app, o russo Pavel Durov, que reside no Reino Unido, iniciou um contra-ataque para evitar o bloqueio com meios que não precisam da intervenção dos usuários, contratando IPs nas nuvens de Google e Amazon. Além disso, as lojas virtuais de Google e Apple mantêm na sua oferta o aplicativo Telegram.
A guerra entre Roskomnadzor e Telegram prejudicou milhões de usuários e dezenas de grandes companhias de internet, como Google, Apple e Amazon, nas primeiras semanas que o regulador russo tentou bloquear o serviço de mensagens. Mas, apesar de todos os esforços, o serviço ainda funciona na Rússia.
O Facebook também está na mira de Moscou, que advertiu a empresa que poderia restringir o acesso à rede social se esta não cumprir algumas exigências até o fim deste ano.
Roskomnadzor exige que os servidores com as bases de dados dos internautas russos sejam transferidos à Rússia e que algumas informações "proibidas" no país sejam eliminadas.