A Repórteres Sem Fronteiras defendeu os vazamentos do WikiLeaks (Joe Raedle/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2010 às 16h10.
Paris - A organização defensora da liberdade de imprensa Repórteres Sem Fronteiras (RSF) pediu nesta sexta-feira ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que interrompa as investigações contra o fundador do Wikileaks, Julian Assange, e seus colaboradores.
"Consideramos que a publicação de informação - embora seja confidencial - por parte do Wikileaks e dos cinco meios de comunicação associados, constitui uma atividade jornalística de informação ao público", indicou a RSF em carta enviada a Obama.
A organização também fez referência à Primeira Emenda da Constituição americana que estabelece o princípio do respeito à liberdade de imprensa.
A carta, que também foi dirigida ao procurador-geral dos EUA, Eric Holder, precisa que "perseguir legalmente os fundadores e colaboradores do Wikileaks prejudicaria gravemente a liberdade de imprensa no país e degradaria as condições de trabalho dos jornalistas americanos que cobrem temas delicados".
A organização assinala que os EUA são "um modelo de liberdade de expressão no mundo", mas que esse status seria questionado por "uma perseguição legal arbitrária contra o Wikileaks".
Lembrou que vários professores da Universidade de Colúmbia enviaram recentemente um e-mail no qual afirmam que "uma reação excessiva do Governo pela publicação dos documentos sempre foi mais prejudicial para a democracia americana que o próprio vazamento".
A RSF pediu a Obama que aproveite o debate aberto com os vazamentos do Wikileaks para "revisar a política de classificação de arquivos" a fim de "favorecer a transparência e de tornar públicos um número maior de documentos, em coerência com as promessas feitas no início da administração".