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Royal Society of Chemistry quer aproximação com brasileiros

Instituição inaugura escritório em São Paulo para aumentar a colaboração entre pesquisadores brasileiros e latino-americanos com os do Reino Unido

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2012 às 16h11.

São Paulo – A Royal Society of Chemistry (RSC), do Reino Unido, busca maior aproximação com pesquisadores do Brasil e da América Latina. Para isso, inaugurou um escritório em São Paulo, por meio do qual pretende procurar aumentar a colaboração científica internacional.

O assunto foi destaque no Brazilian ChemComm Symposium – Chemistry and Sustainable Energy, evento realizado no dia 5 de novembro na sede da FAPESP. Promovido pela revista Chemical Communication, da RSC, o evento integra uma série de ações que serão realizadas nos próximos anos na América Latina.

“Ainda há um desconhecimento de ambas as partes – dos brasileiros e ingleses – das pesquisas em química que estão sendo realizadas em seus respectivos países”, disse Elizabeth Magalhães, gerente do escritório da RSC no Brasil, instalado no Consulado Britânico.

“Mas vemos que, do lado dos químicos brasileiros, há grande vontade de estabelecer colaborações e enviar estudantes para realizar parte de seus estudos e pesquisas na Grã-Bretanha, e que também já começou a despertar uma certa curiosidade dos cientistas britânicos em relação ao que está sendo feito no Brasil em termos de ciência”, disse Magalhães à Agência FAPESP.

Segundo Magalhães, que foi editora administrativa do Journal of the Brazilian Chemical Society, da Sociedade Brasileira de Química (SBQ), uma das razões desse desconhecimento mútuo é que os químicos brasileiros e latino-americanos sempre olharam mais para a Alemanha e a França como fonte de informação e para estabelecer cooperação científica na Europa, e a Inglaterra era vista como um país menos acessível.

Por outro lado, a Grã-Bretanha passou a se expor mais aos pesquisadores brasileiros nos últimos anos, como pode ser evidenciado pela abertura do escritório da RSC. A instituição tem posições também na Índia, China, Estados Unidos e Japão.


“A RSC faz em sua sede, em Cambridge, um acompanhamento estatístico de como a pesquisa no Brasil evolui em termos qualitativos e quantitativos, além de análises econômicas do país, e verificou que também havia espaço no país para introduzir suas publicações”, disse Magalhães.

A RSC publica 36 revistas, com altos fatores de impacto (FI), além de livros que cobrem quase todas as áreas relacionadas com a Química, como Bioquímica, Engenharia e Física. A revista ChemComm, por exemplo, tem FI de 6.17 e publica mais de 100 edições por ano.

Outro objetivo do escritório brasileiro da RSC no Brasil é aumentar o número de artigos científicos publicados por pesquisadores brasileiros nessas publicações. “Queremos fazer com que a porcentagem de pesquisadores brasileiros publicando nas revistas da RSC aumente consideravelmente”, afirmou Magalhães.

“Os pesquisadores brasileiros, ao terem resultados de uma pesquisa concluída, poderão publicar nas revistas da RCS”, disse.

A instituição, que funciona nos mesmos moldes da SBQ, também pretende ser vista e escolhida pelos pesquisadores brasileiros como uma Sociedade de Química Internacional à qual podem se associar para buscar outros tipos de interações científicas.

Para isso, a RSC deve promover nos próximos meses outros eventos, além de programas voltados para melhorar o ensino de química no país e visitas a universidades e instituições de pesquisa.

“Pretendemos promover encontros científicos entre os pesquisadores brasileiros e da Grã-Bretanha para que possam trocar experiências e que, eventualmente, essa interação possa resultar em colaborações científicas de longo prazo”, disse Magalhães.

Algumas das áreas de interesse dos pesquisadores ingleses para a realização de projetos em cooperação com químicos brasileiros, segundo Magalhães, são a de bioenergia e química “verde”, que foram os temas escolhidos para o simpósio realizado na FAPESP.


Simpósio internacional

O evento foi composto por dois simpósios, um na FAPESP e o outro no dia 8 de novembro no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A programação do simpósio foi composta por palestras de pesquisadores atuantes em universidades e instituições de pesquisa do Brasil e da Grã-Bretanha sobre o atual estágio de pesquisas acadêmicas e no setor industrial sobre biocombustíveis e energia sustentável.

No primeiro encontro na FAPESP, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Estadual Paulista (Unesp) apresentaram os resultados de suas mais recentes pesquisas em áreas como catálises, biopolímeros e biocombustíveis.

Do lado da Grã-Bretanha, pesquisadores das Universidades de Manchester, Cambridge, Cardiff e de Belfast também apresentaram resultados de desenvolvimentos de biocatalisadores, entre outros temas.

Na abertura do simpósio, Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, fez uma apresentação sobre a bioenergia no Brasil. Em seguida, Gláucia Mendes Souza, professora no Instituto de Química da USP, apresentou o Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), da qual é membro da coordenação.

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