Tecnologia

RIM põe futuro em jogo com lançamento do BlackBerry 10

A empresa, cujas vendas caíram brutalmente nos últimos cinco anos, convocou jornalistas e analistas para um grande lançamento de seus novos aparelhos em Nova York


	Imagem oficial do próximo BlackBerry: lançamento será uma prova de fogo para o atual diretor executivo da empresa
 (Divulgação/RIM)

Imagem oficial do próximo BlackBerry: lançamento será uma prova de fogo para o atual diretor executivo da empresa (Divulgação/RIM)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2013 às 20h35.

Montreal - Antiga líder do mercado de smartphones, ofuscada pela Apple e Samsung, a canadense Research in Motion (RIM) põe o futuro em jogo esta semana, com o lançamento de sua nova gama de aparelhos e seu novo sistema operacional, o BlackBerry 10.

A empresa, cujas vendas caíram brutalmente nos últimos cinco anos, convocou jornalistas e analistas para um grande lançamento de seus novos aparelhos em Nova York na quarta-feira, que será transmitido simultaneamente em Toronto, Londres, Paris, Johannesburgo e Dubai.

O lançamento, que acontecerá um ano depois da saída de dois dos fundadores e co-dirigentes da RIM, Jim Balsillie e Mike Lazaridis, será uma prova de fogo para o atual diretor executivo da empresa, Thorsten Heins.

Utilizando o vocabulário de sua grande rival Apple, este alemão, que já trabalhou na empresa Siemens, deve realizar uma "Keynote", uma apresentação magistral dos novos produtos BlackBerry, lançados com três anos de atraso em relação às previsões iniciais.

"Tivemos tempo para construir uma plataforma confiável para os próximos dez anos", explicou recentemente Heins ao jornal alemão Die Welt.


"A direção sabia que tinha apenas uma possibilidade para lançar este produto e que em termos de pesquisa e desenvolvimento não estavam no ponto", explicou à AFP François Morin, presidente da consultoria canadense M2M Digital.

Este atraso custou muito caro para a empresa do sul de Toronto: sua participação no mercado caiu de 10,3% a 6% entre 2011 e 2012, segundo a consultora IDC, sendo superada inclusive pela Nokia e HTC. A Samsung, por outro lado consolidou sua liderança na área dos smartphones com 39,6% do mercado. A Apple fica com um quarto do mercado.

"A partida não está perdida, mas esta é a última oportunidade para o RIM", considerou François Morin, que recentemente viu o novo BlackBerry.

Em seu melhor momento, em 2008, a ação da RIM valia 144 dólares. Entre a chegada do iPhone e repetidos fracassos a nível mundial, as ações são cotadas agora em cerca de 18 dólares, o que marca, contudo, uma alta de mais de 160% em seis meses.

Com o objetivo de frear as perdas e convencer o mercado e ao público de que RIM não disse ainda suas últimas palavras, o grupo ofereceu nas semanas recentes informação sobre os novos telefones.


O teclado físico, que era uma característica forte dos BlackBerry, se conserva, mas alguns aparelhos também terão teclados touch.

O novo sistema operacional, muito esperado, permitirá utilizar até oito aplicativos ao mesmo tempo, o que é impossível com os iPhone de Apple.

O RIM disse esta semana que seu novo navegador de internet, baseado na tecnologia HTML5, permite uma boa integração dos conteúdos multimídia e interativos.

Blogs especializados também informaram que será possível reproduzir nos novos telefones conteúdo Flash, o que também não pode ser feito no iPhone e no iPad de Apple, por diferenças com a empresa Adobe, criadora do formato.

Também será possível pagar as compras com os BlackBerry graças a um acordo da empresa com a Visa.

Contudo, ainda existem questões sobre os aplicativos: a Apple oferece mais de 700.000, dez vezes mais que os disponíveis no BlackBerry World, o novo portal do RIM, de onde também poderão ser baixados vídeos e música, uma outra novidade da empresa.

Para François Morin, parece possível atrair novamente os homens de negócios, que "sempre viram o iPhone como uma ferramenta de entretenimento".

Para o diretor executivo do RIM, "o que importa no momento é lançar o BlackBerry 10 com êxito", segundo disse a Die Welt.

Acompanhe tudo sobre:BlackBerryEmpresasIndústria eletroeletrônicaSmartphones

Mais de Tecnologia

UE multa grupo Meta em US$ 840 milhões por violação de normas de concorrência

Celebrando 25 anos no Brasil, Dell mira em um futuro guiado pela IA

'Mercado do amor': Meta redobra esforços para competir com Tinder e Bumble

Apple se prepara para competir com Amazon e Google no mercado de câmeras inteligentes