Fundada em 1933, a Newsweek foi a segunda revista mais importante dos Estados Unidos, atrás da Time, durante a maior parte da sua existência (Reprodução)
Maurício Grego
Publicado em 18 de outubro de 2012 às 10h42.
São Paulo — A Newsweek, segunda revista semanal de informação mais importante dos Estados Unidos, vai deixar de ser impressa. O último exemplar será o de 31 de dezembro. Depois disso, a revista, que completa 80 anos em 2013, vai circular apenas na forma digital. A notícia foi dada nesta manhã no site da revista, num texto assinado pela editora chefe Tina Brown e pelo CEO Baba Shetty.
Do dia 1º de janeiro em diante, a revista vai se chamar Newsweek Global. “Vai ser uma edição mundial única, dirigida a uma audiência formadora de opinião, com alta mobilidade, que quer saber sobre acontecimentos do mundo num contexto sofisticado”, diz o texto de Tina e Shetty. A revista já é oferecida em formato digital para a leitura em computadores pessoais, tablets e e-readers como o Kindle, da Amazon.
A Newsweek, fundada em 1933, tem se mantido como a segunda revista semanal mais lida na mídia americana, atrás apenas da Time, durante a maior parte dos seus 79 anos de existência. A publicação está em crise desde 2008, quando passou a registrar perdas financeiras e a passar por mudanças numa tentativa de evitar o colapso.
Em agosto de 2010, o grupo Washington Post vendeu a Newsweek para Sidney Harman, um pioneiro da indústria de equipamentos de áudio. Circulou no mercado a informação, não confirmada pela empresa, de que Harman teria pago 1 dólar pela revista, além de assumir suas dívidas.
Em novembro do mesmo ano, a Newsweek se uniu ao site de notícias The Daily Beast, fundado por Tina Brown, que passou a comandar também a revista. “The Daily Beast atrai mais de 15 milhões de visitantes por mês, número 70% maior que o do ano passado. Grande parte desse tráfego é gerado todas as semanas pelo jornalismo dinâmico e original da Newsweek”, diz o texto de Tina e Shetty.
Os dois afirmam que não estão abandonando a revista: “Esta decisão não é sobre a qualidade da marca ou do jornalismo. É sobre os custos desafiadores de imprimir e distribuir a revista em papel”. Eles admitem, porém, que haverá corte de pessoal: “Infelizmente, antecipamos que haverá redução da equipe e enxugamento das nossas operações editoriais e comerciais, tanto nos Estados Unidos como em outros países.”