Tecnologia

Review: Moto G5 é o barato que sai caro para fãs de fotografia

Smartphone da Motorola é bom, mas deixa a desejar em alguns quesitos; veja prós e contras

Moto G5: smartphone tem Android 7.0 Nougat (Lucas Agrela/Site Exame)

Moto G5: smartphone tem Android 7.0 Nougat (Lucas Agrela/Site Exame)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 8 de maio de 2017 às 05h55.

Última atualização em 8 de maio de 2017 às 05h55.

São Paulo -- O Moto G é o smartphone de maior sucesso da Motorola por aliar preço baixo, sistema Android sem mudanças e recursos tecnológicos interessantes. No entanto, essa versão tem câmeras inferiores em relação ao Moto G5 Plus, vendido a um preço um pouco mais alto. Por isso, os fãs de fotografia podem não fazer uma boa compra ao escolher esse aparelho, em vez do modelo Plus ou de um Galaxy A5 de 2017. Confira nosso review a seguir, segundo os quesitos do INFOlab.

Design e usabilidade

O Moto G foi reformulado neste ano. Ele tem tampa traseira revestida de uma fina camada de alumínio e que é removível, permitindo também que retiremos a bateria -- algo bom para a substituição em caso de problemas no futuro. Ele chega a lembrar o visual do Lenovo Vibe K5.

moto-G5-Motorola

- (Lucas Agrela/Site Exame)

O sensor de impressões digitais continua na parte frontal e ele é bem rápido para identificar o seu dedo. Isso é um ponto positivo, porque mesmo aparelhos sofisticados, como o Galaxy S7 edge, têm problemas relativamente recorrentes de detecção de digitais.

A tela do Moto G5 é outro ponto a seu favor: ela é Full HD (1080p) enquanto a maioria dos aparelhos vendidos por seu preço, que é de 999 reais, é apenas HD (720p). Com isso, o smartphone da Motorola é bom para ver vídeos, especialmente aqueles que estão no aparelho  e não os que são transmitidos via internet, como os da Netflix, que estão sujeitos à oscilação de qualidade devido a instabilidades na rede.

moto-G5-Motorola

- (Lucas Agrela/Site Exame)

A ergonomia do aparelho está dentro do padrão do segmento. Sua tela de 5 polegadas nos permite fazer quase tudo com uma mão só. No entanto, há um truque de software que permite que você use o Moto G5 com apenas uma das mãos.

Outra novidade bacana de usabilidade está no sensor de digitais. Ele pode ser usado para alternar de apps, bloquear a tela ou voltar para o início do sistema. Isso é algo bem interessante e não é feito por nenhuma outra fabricante que vende smartphones no Brasil oficialmente hoje.

Câmeras

Não é que as câmeras do Moto G5 sejam exatamente ruins. Elas poderiam ser melhores. O sensor principal, que tem flash LED integrado, tira fotos em 13 megapixels e filma em Full HD (30fps).

O nível de detalhe registrado nas imagens feitas com o aparelho é baixo para a média do mercado atual, especialmente porque produtos da geração passada tiveram queda de preços e agora concorrem com esse Moto G, como é o caso do Galaxy A5 de 2016.

Em situações de baixa iluminação é que o problema da granulação de imagens realmente fica ululante. Basta darmos um pouco de zoom.

Foto-camera-escuro-na-rua-Moto-G5

- (Lucas Agrela/Site Exame)

Foto-camera-escuro-Moto-G5

- (Lucas Agrela/Site Exame)

O software do app de câmera tem um modo profissional que permite a regulagem manual de ISO, iluminação do ambiente e foco. Isso é algo que deve agradar a quem é entusiasta da arte da fotografia, apesar do smartphone não ser um exímio registrador de cenas.  

Não há modos pré-configurados para cenas mais complexas, como vemos já há tempos nos smartphones da Samsung e da Asus, por exemplo. Isso pode desapontar quem não entende muito de fotografia, mas quer tirar boas fotos.

Foto-camera-interna-Moto-G5

Foto-camera-principal-Moto-G5

- (Lucas Agrela/Site Exame)

Na câmera frontal, temos um sensor de 5 megapixels com flash artificial feito uma breve iluminação automática da tela. Essa prática já foi adotada por grande parte das fabricantes, como Apple e Samsung, e ajuda a melhorar as fotos feitas em locais parcialmente escuros.

Há um modo de embelezamento, desligado por padrão, que afina seu rosto e borra imperfeições da sua pele. É como uma maquiagem digital automática para “disfarçar” um pouco olheiras de noites mal-dormidas ou a barba que você deixou de fazer algum dia. Os vídeos feitos com essa câmera também têm resolução Full HD (30fps).

Foto-camera-frontal-Moto-G5

Configuração

Como trata-se de um smartphone de menos de mil reais, o Moto G5 não entrega o máximo de performance possível atualmente ao consumidor. Ele tem um processador Qualcomm Snapdragon 430, 2 GB de memória RAM, GPU Adreno 305 e 32 GB de armazenamento interno.

Entre as vantagens de adquirir um Moto G5 em detrimento a outros smartphones da geração passada, que tem câmeras melhores, estão o fato do produto ter 32 GB de espaço e Android 7.0 Nougat, enquanto os demais têm 16 GB e Android 6.0 Marshmallow.

O sistema Android é bem pouco modificado pela fabricante. Ele tem o app Moto Instalado para que você configure as Moto Ações (girar rapidamente o smartphone sobre seu eixo para ativar a câmera, sacudi-lo duas vezes para ligar a lanterna ou usar os atalhos do sensor de digitais), não vem com uma galeria de imagens comum e, sim, com o Google Photos e o app de câmera é diferente do visto no Android puro, usado pelo Google no smartphone Pixel -- não vendido oficialmente no Brasil.

Nos benchmarks, testes de desempenho feitos automaticamente por apps, o Moto G5 se mostrou, de fato, um produto intermediário e bem abaixo de produtos mais caros. Veja na tabela a seguir.

BenchmarksMoto G5
AntuTu45270
Geekbench2558
Basemark OS II853
Basemark X14999


Bateria

Como o Moto G5 não tem um processador de alto desempenho, sua bateria apresentou uma mediana autonomia para sua categoria. Nos testes do INFOlab, constatamos que, sob uso intenso e contínuo, ele suporta até oito horas longe da tomada.

Sua bateria tem capacidade de 2.800 mAh, um pouco abaixo da média atual de mercado, que é de 3.000 mAh. O lado bom é que o dispositivo tem suporte para carregamento rápido com o carregador que vem na caixa. Com isso, você consegue uma boa dose de energia dentro de poucos minutos.  

Vale a pena?

O Moto G5 vale a pena especialmente para quem já teve um aparelho da Motorola no passado e quer um smartphone novo com recursos úteis, desempenho básico para o dia a dia, Android atualizado e preço razoável. Para fãs de fotografia, não recomendamos o aparelho, visto que outras opções cem ou duzentos reais mais caras oferecem melhores resultados nesse quesito. Em suma, o Moto G5 é bom para quase tudo, mas deixa a desejar em termos de performance, em especial para games, e fotografia.

Prós

-- Desempenho suficiente para uso básico, sensor de digitais com atalhos e Android 7.0 Nougat

Contras

-- Processador intermediário e câmeras que poderiam ser melhores

Avaliação

7,6

Ficha técnica do Moto G5

Sistema: Android 7.0 Nougat
Processador: Snapdragon 430
CPU: Octa-core 1.4 GHz Cortex-A53
GPU: Adreno 505
RAM: 2 GB
Armazenamento: 32 GB + microSD de até 256 GB
Conectividade: Wi-Fi 802.11 a/b/g/n, dual-band, WiFi Direct, hotspot, Bluetooth v4.2, A2DP, LE, EDR
Tela: 5 polegadas Full HD (1080 x 1920 pixels )
Peso: 145 g
Bateria: 2.800 mAh
Câmeras:13 MP (Full HD) e 5 MP (HD)
Preço: 999 reais

Acompanhe tudo sobre:AndroidCelularesMotorolaReviewsSmartphones

Mais de Tecnologia

UE multa grupo Meta em US$ 840 milhões por violação de normas de concorrência

Celebrando 25 anos no Brasil, Dell mira em um futuro guiado pela IA

'Mercado do amor': Meta redobra esforços para competir com Tinder e Bumble

Apple se prepara para competir com Amazon e Google no mercado de câmeras inteligentes