Tecnologia

Ressurgimento de software da Nokia desafia o Android

A Jolla Oy, fabricante finlandesa de smartphones fundada por ex-engenheiros da Nokia, está se tornando um desafio à Apple e à Google


	Smartphone da Jolla: o telefone usa um sistema operacional chamado Sailfish, que é baseado no software MeeGo, abandonado pela Nokia depois de sua escolha pelo Windows
 (Reprodução/Jolla)

Smartphone da Jolla: o telefone usa um sistema operacional chamado Sailfish, que é baseado no software MeeGo, abandonado pela Nokia depois de sua escolha pelo Windows (Reprodução/Jolla)

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Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2013 às 13h42.

Hlesinque - A Jolla Oy, fabricante finlandesa de smartphones, fundada por ex-engenheiros da Nokia Oyj, está se configurando como um desafio à Apple Inc. e à Google Inc. depois que seus primeiros aparelhos foram esgotados por consumidores ávidos por uma mudança.

A empresa esgotou os primeiros lotes de sua produção porque os consumidores haviam encomendado dezenas de milhares de seu primeiro produto, e as primeiras 450 unidades foram entregues aos usuários em um evento, ontem, em Helsique.

Mais do que tentar competir sozinha no negócio de hardware, a Jolla, com sede em Helsinque, está tentando concorrer com sistemas como o Android, do Google, ao fornecer software para as fabricantes de aparelhos, um mercado para o qual as margens de lucro são normalmente mais elevadas.

Seu primeiro aparelho próprio foi pensado para ser um produto de referência e mostrar o que o sistema operacional da empresa é capaz de fazer.

“Este é um produto no qual nossa empresa pode introduzir nossas visões ideais de como acreditamos que o telefone celular deveria ser”, disse Antti Saarnio, presidente e cofundador da Jolla, em entrevista. “Pelo lado do negócio, estamos falando sério. Contando nosso próprio aparelho e os de nossos parceiros, esperamos vender milhões de telefones”.

O aparelho da Jolla custa 399 euros (US$ 542) sem os subsídios de operadoras de telefonia. O preço inclui impostos na União Europeia. A empresa recebeu encomendas de 136 países e planeja começar a vender aparelhos no resto da Europa e na China em 2014.

Controles de gesto

O telefone usa um sistema operacional chamado Sailfish, que é baseado no software MeeGo, abandonado pela Nokia depois de sua escolha pelo Windows Phone, da Microsoft Corp. O melhor recurso da plataforma é sua capacidade de rodar diversos aplicativos ao mesmo tempo, disse Henri Huttunen, 18. Ele foi a primeira pessoa a comprar um smartphone Jolla, ontem.


“O principal motivo que me levou a escolher a Jolla foi minha experiência com o Nokia N9, que eu acho que foi o melhor e mais intuitivo smartphone que eu já usei”, disse ele, em entrevista em Helsinque, segurando o telefone, branco, fora da caixa. “Esse é praticamente o sucessor”.

A tela sensível ao toque (touch screen) do smartphone parece diferente daquelas de aparelhos Android e Apple e as funções são controladas de uma maneira singular.

Sem botões

“Nós fizemos com que fosse muito fácil ir para trás e para frente sem que houvesse botões”, disse Marc Dillon, outro cofundador e chefe do negócio de softwares da Jolla, em entrevista. “Há realmente apenas dois gestos simples: tocar a partir da borda da tela e tocar a partir do centro da tela”.

Para assegurar que os usuários possam acessar milhares de aplicativos desde o início, a Jolla tornou o telefone compatível com os aplicativos Android vendidos por meio da Yandex NV, uma concorrente russa do Google. Contudo, ganhar os corações dos desenvolvedores de software e construir uma variedade de aplicativos competitivos para o Sailfish é um desafio, disse Richard Windsor, analista independente da Radio Free Mobile.

“Um dos maiores problemas que eles terão é o acesso aos desenvolvedores”, disse Windsor. “Eles implantaram um emulador que engana” os aplicativos, fazendo-os “pensar que estão rodando em um aparelho Android. Eu não sei se funciona bem. Historicamente, os emuladores têm sido simplesmente terríveis”.

Um dos maiores investidores da Jolla é a Express Fortune, com sede em Hong Kong, uma unidade da China Fortune Holdings Ltd. que comprou uma participação de 6,25 por cento da Jolla por 1 milhão de euros, em 18 de fevereiro, operação parcialmente relacionada com um anterior acordo de bônus conversíveis. Os fundadores da empresa têm a maioria das ações.

A empresa planeja se expandir por meio de potenciais parceiros no comércio eletrônico, como a Alibaba Group Holding Ltd., a Tencent Holdings Ltd. e a Baidu Inc., fornecendo a elas um sistema operacional para que construam versões móveis de seus serviços de comércio eletrônico. “O Sailfish é uma plataforma por meio da qual outros players podem oferecer seus serviços”, disse Saarnio. “É por isso que nós existimos, basicamente”.

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