relógio atomico (Reprodução)
Da Redação
Publicado em 22 de abril de 2015 às 05h42.
Uma equipe de pesquisadores desenvolveu o relógio atômico mais preciso do mundo, que não varia nem um segundo em 15 bilhões de anos, mais do que a idade estimada do universo - relatou um estudo publicado nesta terça-feira (21).
A precisão deste novo pêndulo mais do que triplicou em comparação a 2014, quando ele já havia batido um recorde, segundo estudo publicado na revista científica Nature Communications.
Também é quase 50% mais estável, mais um recorde, de acordo com um comunicado do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST, na sigla em inglês).
"Esta estabilidade melhorada não só levará a precisão de tempo para um novo nível", diz o estudo. Ela também irá permitir que o relógio atômico um dia substitua a atual medição do tempo de referência, o relógio atômico de césio fonte.
A precisão na medição do tempo tem um impacto potencial em nossas vidas diárias, incluindo as tecnologias de posicionamento global como o GPS. Ela também apresenta desafios científicos em diferentes áreas de pesquisa, como a física quântica.
Como todos os pêndulos, os relógios atômicos realizam a medição do tempo com base no comprimento de um segundo correspondente a um fenômeno físico que se repete regularmente.
No dispositivo desenvolvido pelo JILA, um instituto conjunto do NIST e da Universidade do Colorado em Boulder, os pesquisadores prenderam alguns milhares de átomos de estrôncio em uma rede óptica composta por feixes de laser.
Eles, então, detectaram 430 bilhões de batidas de estrôncio por segundo, mergulhando os átomos em um laser vermelho.
Este relógio pode operar à temperatura ambiente.
"Este é, na verdade, um dos destaques da nossa abordagem, no sentido de que podemos correr o relógio em uma configuração simples e normal", explica o pesquisador Jun Ye, co-autor do estudo, citado no comunicado.
Este relógio é capaz de medir mudanças ínfimas na passagem do tempo em diferentes altitudes, um fenômeno gravitacional previsto por Albert Einstein um século atrás, disseram os pesquisadores.
"Nosso desempenho significa que podemos medir o desvio gravitacional quando você levanta o relógio por dois centímetros da superfície da Terra", acrescenta Ye.