iPhones: o tamanho da tela é a mudança mais visível do smartphone (Marina Demartini/Apple/Leon Neal/Site Exame)
Marina Demartini
Publicado em 9 de janeiro de 2017 às 15h20.
Última atualização em 9 de janeiro de 2017 às 15h30.
São Paulo – Há dez anos, Steve Jobs subiu ao palco da conferência Macworld 2007 para anunciar a chegada de um dispositivo que reunia três aparelhos: “um iPod, um telefone e um comunicador de internet”. O primeiro iPhone, ou iPhone 2G, foi apresentado como a reinvenção do celular e “apenas o começo” do que estava por vir.
A versão mais recente do aparelho é o iPhone 7, lançado no segundo semestre do ano passado. Ele leva o mesmo nome, mas suas configurações já são bastante diferentes do projeto original. Veja abaixo o que mudou da primeira versão do iPhone para a geração atual.
O smartphone da Apple popularizou as telas sensíveis ao toque em um tempo que um BlackBerry com teclas físicas era o que havia de mais avançado. A ideia de criar um smartphone que não precisasse de teclado, mouse ou caneta surgiu em 2005. Na época, Jobs queria telas sensíveis ao toque para interagir com PCs.
Após analisar o protótipo, no entanto, mudou de ideia e pediu que ela fosse implementada em celulares. Foi a partir dessa ideia que surgiu a tela do primeiro iPhone. Ela tinha 3,5 polegadas e ocupava cerca de 50% da porção frontal do dispositivo.
Desde então, a tela dos smartphones não parou de evoluir. A tela do iPhone 7 Plus tem 5,5 polegadas, resolução de 1.080 x 1.920 pixels e toma quase 70% da frente do aparelho. Além disso, ela vem com o 3D Touch, uma tecnologia que permite que o usuário interaja com apps sem precisar abri-los.
Com o iPhone de primeira geração, a Apple lançou o primeiro smartphone com apenas um botão na parte frontal. O botão mecânico se tornou parte essencial do design do aparelho até o ano passado, quando a empresa decidiu retirá-lo do iPhone 7 e sua versão maior. Agora, o aparelho tem apenas um sensor de impressões digitais sensível à pressão.
Outra grande surpresa na última atualização foi a aposentadoria da tradicional entrada para fones de ouvido. A mudança gerou controvérsias, já que para ouvir música pelo smartphone é preciso ter um adaptador ou fones de ouvido sem fio.
O primeiro iPhone tinha a entrada na parte de cima do aparelho e também causou problemas já que não eram todos os fones que cabiam na sua porta de entrada.
A evolução nas especificações mostra como o tempo é bom para a tecnologia. A memória RAM do iPhone passou de 128 MB (no iPhone 2G) para 3 GB com o iPhone 7 Plus. Já o processador do primeiro iPhone era um ARM 11 e o do iPhone 7 Plus é um A10 Fusion. De acordo com a Apple, o processamento de seu último smartphone é 120 vezes mais rápido do que o do primeiro aparelho.
Outra mudança drástica nas configurações do iPhone aconteceu no espaço interno. O primeiro smartphone da Apple tinha três opções de memória: 4 GB, 8 GB e 16 GB. Já o iPhone 7 Plus começa a ser vendido com, pelo menos, 32 GB de armazenamento, podendo chegar até 256 GB.
O iPhone também ganhou novos recursos quando o assunto é proteção. A primeira geração tinha apenas o Corning Gorilla Glass com revestimento contra óleos. Agora, o iPhone 7 Plus tem certificado IP67, o que o torna o primeiro da Apple a ser resistente a pingos e à poeira.
Talvez um dos recursos que mais evoluíram no iPhone seja a câmera. Enquanto o iPhone de primeira geração tinha apenas uma câmera traseira de 2 megapixels, o iPhone 7 Plus tem três. A frontal tem sensor de 7 megapixels com abertura de lente f/2,2 e tecnologia HDR. Já a traseira é uma câmera dupla que tem lentes com distâncias focais diferentes. Uma é grande angular e a outra é uma teleobjetiva com zoom óptico de 2x.
O principal legado do iPhone, contudo, não está no design ou em suas configurações internas. Com o seu smartphone, a Apple permitiu o desenvolvimento de uma série de aplicativos que transformaram os celulares em verdadeiros computadores de bolso.
De acordo com a empresa, desde o lançamento da App Store, em 2008, os desenvolvedores ganharam mais de 60 bilhões de dólares devido aos apps criados sob medida para os aparelhos da Apple.
Assim, não é exagero dizer que o iPhone é o smartphone que serviu de modelo para a fabricação de outros aparelhos na última década. No entanto, empresas asiáticas, como Samsung, Lenovo e LG, estão criando novos padrões, o que coloca pressão para que a Apple desenvolva um novo aparelho.
Muitos especialistas esperam que neste ano, devido ao aniversário de dez anos do iPhone, a Apple lance um produto tão revolucionário quanto o seu primeiro smartphone. Tim Cook, CEO da Apple, parece ter uma carta na manga. Em um recente comunicado, ele reforça o que foi dito por Steve Jobs em 2007: “Estamos apenas começando. O melhor está por vir".