Tecnologia

Regulador americano pede "transparência" de gigantes tecnológicas

Preocupação sobre como as empresas tomam decisões sobre o conteúdo compartilhado e como se dá a interação sugere a possibilidade de uma regulamentação

Painel do Facebook em festival de criatividade em Cannes
20/06/2018 REUTERS/Eric Gaillard (Eric Gaillard/Reuters)

Painel do Facebook em festival de criatividade em Cannes 20/06/2018 REUTERS/Eric Gaillard (Eric Gaillard/Reuters)

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AFP

Publicado em 4 de setembro de 2018 às 20h37.

O presidente de uma importante agência reguladora dos EUA pediu, nesta terça-feira (4), para que as empresas do Vale do Silício forneçam mais transparência sobre como elas operam, aumentando a possibilidade de regulamentações mais rígidas para empresas de tecnologia.

"Precisamos pensar seriamente se chegou a hora de essas empresas cumprirem as novas obrigações de transparência", disse o presidente da Comissão Federal de Comunicações, Ajit Pai, em um post no blog um dia antes das audiências no Congresso com executivos do Twitter e do Facebook.

Pai não ofereceu propostas específicas, mas pareceu ecoar as preocupações levantadas pelo presidente Donald Trump, que afirmou que as empresas de tecnologia podem ser tendenciosas contra os conservadores.

"Os consumidores interagem diariamente com essas plataformas digitais. Recebemos nossas notícias nelas. Nós interagimos com nossa família e amigos neles", escreveu Pai.

"Mas como essas empresas tomam decisões sobre o que vemos e o que não fazemos? E quem toma essas decisões? Ainda não sabemos".

O chefe da FCC repetiu as queixas feitas nos últimos meses sobre o bloqueio ou remoção de conteúdo por políticos e ativistas conservadores.

As empresas de tecnologia argumentam que seus algoritmos não são projetados com objetivos políticos, e analistas apontam que muitos conservadores, incluindo o próprio Trump, têm um número considerável de seguidores online.

Pai disse que o FCC impõe "rigorosos requisitos de transparência" às empresas que operam redes de banda larga, mas que o público "praticamente não tem discernimento" sobre as práticas das empresas de tecnologia.

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