“Análises feitas com uma família de trojan que se dissemina pelo Facebook mostram que o Brasil é o terceiro país mais ativo em cibercrime na rede social”, afirma Fabio Assolini (Reprodução/Facebook)
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2013 às 14h56.
São Paulo - Não há dúvidas de que as redes sociais são populares no Brasil. Mas a concentração de tantos usuários acaba expondo os internautas e chamando a atenção de cibercriminosos, que focam seus esforços a sites de grande popularidade.
E a tendência de utilizar os meios mais conhecidos para realizar ataques é conhecida pelos brasileiros desde o auge do Orkut. A rede social do Google foi a principal ferramenta para a proliferação de golpes bancários entre 2004 e 2006 na web.
Mas atualmente a bola da vez dos cibercriminosos brasileiros é o Facebook. Somos o segundo maior país em número de usuários da maior rede social do mundo. São 900 milhões de usuários, sendo que 68 milhões são brasileiros.
Tecnicamente todas as redes sociais podem ser atacadas, pois existe a interação entre os usuários. Mas quanto mais popular a rede se torna, mais passível estará de ataques.
"Há 2 ou 3 anos havia muitos golpes pelo Twitter, mas hoje está mais concentrado no Facebook", diz Fabio Assolini, analista de malware da Kaspersky, em entrevista para INFO. “Análises feitas com uma família de trojan que se dissemina pelo Facebook mostram que o Brasil é o terceiro país mais ativo em cibercrime na rede social”, afirma.
E um dos principais motivos para o crescimento de golpes em redes sociais é justamente o fato das plataformas permitirem o compartilhamento de muitas informações, às vezes em anonimato.
Poder chamar alguém no bate-papo e enviar links maliciosos sem que os usuários desconfiem daquele conteúdo também é um fator de risco apontado pelos especialistas.
“O fator confiança traz uma facilidade para os cibercriminosos, pois o usuário conhece a pessoa que está mandando aquele link e não desconfia”, disse Assolini. “Muitos não sabem reconhecer uma mensagem maliciosa”.Segundo Assolini, uma pesquisa realizada pela Kaspersky em 2012 apontou que mais de 50% dos usuários não reconhecem uma mensagem maliciosa. Isto ocorre porque os cibercriminosos usam engenharia social para deixar o usuário curioso para acessar aquele conteúdo.
“O Facebook está mais bem preparado do que o Google estava na época do Orkut. Seus engenheiros agem rapidamente. Mas a cada ação da rede social, uma nova técnica é usada pelos cibercriminosos e isso vira um jogo de gato e rato”, disse Assolini.
Como se proteger - Tomar cuidado com a privacidade nas redes sociais e utilizar as ferramentas de configuração dos sites para controlar o acesso às suas informações são regras básicas para evitar se tornar vítima de golpes virtuais.
“O Brasil é o único país no mundo onde rede social é líder em bloqueio parental [seleção dos pais para bloquear o acesso dos filhos]. Está acima da pornografia”, afirma Assolini.
Em 2012 houve uma onda de ataques para colorir o perfil ou saber quem visitou sua página no Facebook. Os golpes instalavam um plug-in malicioso no Chrome, que é o navegador mais popular no Brasil.
Como medida de segurança, o Google bloqueou a instalação de extensões de fora da sua loja oficial. E como resultado os cibercriminosos começaram a publicar plug-ins maliciosos na loja, que é aberta.
“A instalação de plug-ins maliciosos é hoje o golpe mais usado no Brasil. Firefox e Chrome são os browsers mais populares aqui, logo são os mais visados pelos cibercriminosos. Eles geralmente criam o malware em JavaScript, uma linguagem universal e que roda em todos os navegadores”, diz Assolini.
A melhor forma de se proteger nesses casos é apagar a extensão diretamente das configurações do navegador. Se tiver dúvidas em quais deletar, desative todas e depois verifique uma a uma as ativando e checando se o problema persiste.
Portanto, caso tenha sido infectado em um golpe pela rede social, o melhor caminho é desinstalar as extensões do navegador e os aplicativos do Facebook, passar o antivírus na máquina e trocar a senha de acesso da rede.