Compostagem (Escola da Mata Atlântica/Photopin)
Da Redação
Publicado em 29 de setembro de 2014 às 11h37.
Entre junho e julho, a empresa Morada da Floresta, parceira da Prefeitura de São Paulo em um programa que incentiva a compostagem doméstica, abriu inscrições para pessoas que desejavam aprender a técnica que transforma restos de comida em adubo.
A proposta era entregar 2 mil composteiras e ensinar aos interessados como usá-las. Os técnicos iriam acompanhar o processo, ver os acertos e erros para, depois, propor uma política em larga escala para a cidade. Há uma meta de que 1 milhão de residências façam compostagem até 2025.
Internet
Graças às redes sociais, o projeto teve 10.067 inscritos. As oficinas previstas para 2 mil pessoas tiveram de ser adaptadas para um público cinco vezes maior. As redes sociais viraram protagonistas do projeto, afinal, qualquer um pode ter composteira em casa, sem depender do programa da Prefeitura.
"Como tenho plantas em casa, já tentei fazer compostagem. Conheci o projeto (da Prefeitura) pelo Facebook, me inscrevi e deu certo", diz a assistente administrativa Sheila Mariano, de 33 anos, moradora da zona leste. "O mais interessante é que é tudo simples. Gasto uma hora por semana para cuidar da composteira." Na opinião de Sheila, muitas pessoas se interessam e querem saber como a técnica funciona. E a dúvida mais importante ela responde de cara: "Não, a composteira não deixa cheiro nenhum em casa".
Esse interesse espontâneo deixa os pesquisadores que estão acompanhando o processo empolgados. "A gente chegou a pensar em fazer um aplicativo mostrando onde é possível achar serragem (que, assim como minhocas, são usadas no processo). Mas, de repente, viu na página do Facebook que as próprias pessoas já estavam postando esses lugares sozinhas", diz um dos pesquisadores, Guilherme Turri, de 32 anos.
"As pessoas acabam trocando minhocas, tendo confiança umas nas outras de uma forma que a gente vê pouco na cidade", afirma. Montar uma composteira por conta própria custa cerca de R$ 200. O programa da Prefeitura é custeado pelas duas concessionárias que fazem a coleta de lixo, sem dinheiro público direto. Turri diz, porém, que há pessoas que não receberam o material e, cansadas de esperar, improvisam. "Tem gente fazendo com balde."