O brasileiro Hugo Barra, diretor de produtos móveis do Google (Stephen Lam/Reuters)
Da Redação
Publicado em 13 de maio de 2013 às 16h26.
Não é novidade que os brasileiros estão mais e mais engajados no mercado de tecnologia e que, por isso, são figuras comuns entre funcionários de empresas do setor. É raro, contudo, ver um brasileiro protagonizar um evento grandioso da Apple, Twitter, Microsoft, Nintendo e assim por diante. Isso aconteceu nesta quarta-feira, quando o mineiro Hugo Barra, de 35 anos, subiu ao palco do Moscone Center, em São Francisco, na Califórnia, para apresentar a principal atração do Google I/O 2012: o tablet Nexus 7.
Barra nasceu em Belo Horizonte e estudou administração e engenharia no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos. O executivo passou por muitas cidades desde que terminou a faculdade. Entre os locais onde fixou moradia estão Boston, Los Angeles, Nova York, Miami, Londres e, mais recentemente, São Francisco.
A ideia de emigrar para os Estados Unidos surgiu quando ele era adolescente. "Estudei em um colégio (o Pitágoras, no bairro da Pampulha) que nunca teve tradição de preparar alunos para fazer cursos no exterior. Estava no último ano do ensino médio e um amigo mais velho, com quem jogava uma partida de tênis, falou sobre o Media Lab, do MIT. Ele acabou me vendendo a ideia e, a partir daquele momento, fiquei completamente obcecado em estudar naquele lugar", disse o brasileiro em uma entrevista concedida ao site de Veja, no ano passado.
Barra chegou a frequentar a Universidade Federal de Minas Gerais, mas seguiu fazendo testes para entrar na prestigiada instituição americana. Não passou na primeira tentativa, mas após nove meses de estudo, em 1996, conseguiu, então, ser admitido pelo MIT.
O executivo, que hoje ocupa o cargo de diretor de produtos móveis do Google, entrou na companhia em 2008, após receber o convite de outro brasileiro. "Mário Queiroz (vice-presidente de produtos do Google), que está há mais tempo na empresa, me ligou dizendo que estava buscando alguém para tocar os produtos da companhia na América Latina. Eu disse que a oportunidade era legal, mas que preferia lidar com mobile. A proposta caiu como uma luva: eles também estavam atrás de uma pessoa para liderar o setor móvel na companhia", disse Barra na ocasião. "Fiz duas entrevistas e tirei três semanas de férias para me preparar para o processo de seleção. Fui aceito pelo Google e me mudei para Londres."
Antes de se transformar em um colaborador da companhia, Barra fundou com um grupo de amigos a Lobby7, uma startup que desenvolvia soluções de reconhecimento de fala. A empresa foi comprada pela Nuance, onde o brasileiro também trabalhou como diretor.