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Quem é Assaf Rappaport, o meticuloso CEO da Wiz que conseguiu US$ 9 bi a mais na venda para o Google

Executivo israelense adiou a oferta inicial da Alphabet e garantiu mais US$ 3 bilhões para os investidores, no maior acordo já feito pelo Google

A tomada de decisão rápida de Assaf Rappaport ajudou a alavancar o crescimento da Wiz (Kimberly White)

A tomada de decisão rápida de Assaf Rappaport ajudou a alavancar o crescimento da Wiz (Kimberly White)

Ramana Rech
Ramana Rech

Redatora

Publicado em 25 de março de 2025 às 11h42.

Última atualização em 25 de março de 2025 às 12h12.

Depois de recusar uma proposta bilionária do Google em 2023, o executivo israelense Assaf Rappaport conduziu a Wiz, empresa de cibersegurança, ao maior negócio já feito pela Alphabet: US$ 35 bilhões. O movimento, revelado pelo Financial Times, marca uma reviravolta estratégica para a startup, que havia recusado a primeira abordagem por medo de obstáculos regulatórios nos Estados Unidos.

“Nós vamos ficar tão grandes no futuro, vamos fazer tanto dinheiro que vocês não vão se arrepender”, disse Rappaport aos funcionários, após a recusa da primeira proposta de compra. A previsão se confirmou: a nova oferta superou em US$ 3 bilhões a proposta inicial de US$ 32 bilhões.

Segundo a Reuters, o temor inicial da Wiz envolvia barreiras antitruste, que poderiam surgir durante o governo Biden. Mas o novo contexto político, com uma possível volta de Donald Trump e promessas de um ambiente regulatório mais flexível, reacendeu o interesse da Alphabet — dona do Google — e abriu caminho para a nova negociação.

Caso o acordo seja barrado pelas autoridades reguladoras, a Alphabet terá de pagar uma multa de US$ 3,2 bilhões para a Wiz. Mesmo com o risco, especialistas ouvidos pelo FT indicam que a operação tem mais chances de seguir adiante no atual cenário político americano.

O estilo de liderança de Rappaport foi decisivo para o crescimento acelerado da Wiz. Investidores ouvidos pelo jornal britânico dizem que decisões rápidas e ousadas moldaram a trajetória da empresa. Um dos episódios citados envolveu a construção de compatibilidade com a nuvem do Google para atender um cliente estratégico — mesmo que, naquele momento, o foco da Wiz estivesse em outras plataformas.

A recusa inicial à oferta da Alphabet foi tomada em uma reunião de emergência durante a madrugada, com todos os fundadores presentes. Segundo pessoas próximas, Rappaport defendeu que seguir sozinho seria o único caminho para a empresa se tornar uma líder global.

Ainda assim, a Wiz manteve relacionamento com a Alphabet, o que facilitou a reaproximação e o fechamento do novo acordo.

Quem é Assaf Rappaport

Com um perfil técnico e estratégico, Rappaport construiu sua carreira a partir da unidade de ciberinteligência de elite das Forças Armadas de Israel, conhecida por formar lideranças no setor de tecnologia. Foi lá que conheceu os cofundadores da Wiz: Yinon Costica, Ami Luttwak e Roy Reznik.

Após seu serviço militar, Rappaport trabalhou como consultor na McKinsey, firma global de estratégia empresarial, e, em 2012, fundou a Adallom, empresa de segurança adquirida pela Microsoft por US$ 320 milhões três anos depois.

Em 2020, ele criou a Wiz visando desenvolver soluções de segurança em nuvem com foco em agilidade e arquitetura moderna. Desde então, a companhia atraiu investidores de peso como a Insight Partners e a Sequoia Capital. Cada um dos quatro fundadores ainda detém cerca de 10% da empresa.

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