A Qualcomm aposta que o futuro da inteligência artificial exigirá mais poder de computação do que a nuvem sozinha pode fornecer.

A maior fabricante mundial de processadores para smartphones quer se reinventar como empresa de “computação de ponta inteligente”, disse Alex Katouzian, vice-presidente sênior da Qualcomm. A ideia é explorar o uso de dispositivos móveis para acessar uma rede ou serviço.

Os chips da empresa americana ajudam smartphones a usar inteligência artificial para tudo, desde o processamento de fotos até a detecção de malware. Ao enfatizar os aspectos de IA de seus produtos, Katouzian e seus colegas se juntam a uma séria de empresas que querem se posicionar como beneficiárias de um aumento na demanda por este tipo de tecnologia. A empresa já vendeu 2 bilhões de produtos com capacidade de IA até o momento, disse ele.

“À medida que o crescimento do número de dispositivos conectados e tráfego de dados continuam a se acelerar e os custos dos centros de dados aumentam, simplesmente não será possível enviar tudo para a nuvem”, disse Katouzian. As pessoas também não vão querer fazer isso quando informações pessoais estiverem envolvidas, acrescentou.

Crescimento

A demanda crescente por chips por trás de ferramentas de IA, como o ChatGPT da Open AI, está impulsionando as ações de fabricantes de como Nvidia, cujo valor de mercado acaba de ultrapassar US$ 1 trilhão.

O entusiasmo pela IA leva várias outras empresas de semicondutores, como Arm e Asustek a concentrarem sua atenção em serviços relacionados à IA, com mais de um executivo declarando que uma nova era da computação se inicia.

Mas em contraste com a Nvidia, cujas perspectivas de receita para o trimestre atual superam as estimativas em mais de 50%, as projeções da Qualcomm ficaram bem aquém das expectativas, por conta da demanda global fraca por dispositivos móveis.

Katouzian estima que o excesso de estoque diminuirá no terceiro ou quarto trimestre deste ano. Alguns clientes da Qualcomm começaram a aumentar os pedidos de componentes menores, um indicador importante para um aumento na demanda, disse ele.