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Da Redação
Publicado em 13 de agosto de 2010 às 12h29.
Washington - As forças de Hollywood que estão cada vez mais encarando os aparelhos sem fio como minicinemas podem se ver excluídas do mercado pelo policiamento do tráfego de Internet na forma proposta por Verizon e Google.
E as empresas independentes de Hollywood, cujos recursos limitados não permitiriam pagar pelo uso das "vias expressas" de Internet, temem ser mais prejudicadas que os concorrentes de maior porte, porque seus clipes, programas de TV e filmes, que requerem muita banda, ficariam exilados em uma porção extremamente lenta da Internet.
"Isso vai tirar os participantes menores do mercado", disse Lowell Peterson, diretor executivo do Writers Guild of America East, grupo que representa cerca de quatro mil roteiristas.
Verizon e Google anunciaram na segunda-feira que as autoridades regulatórias deveriam ter o poder de policiar o tráfego da Web em linhas telefônicas e cabos de TV, mas que as operadoras mesmas é que deveriam controlar a velocidade do acesso dos consumidores a conteúdo em aparelhos sem fio, tais como os celulares inteligentes e iPads.
A proposta conjunta de duas das maiores empresas do setor oferece um compromisso surpreendente quanto à chamada "neutralidade da rede", um termo que significa que os provedores de acesso de alta velocidade à Internet não devem bloquear ou retardar informações ou forçar os sites a pagar por acesso mais rápido da parte dos usuários.
Não está claro se as duas gigantes conseguirão convencer os legisladores e autoridades regulatórias a acatar sua proposta, que pode não obter apoio porque criaria uma Internet escalonada para os aparelhos sem fio, uma rede para as pessoas dispostas a pagar mais por serviço mais rápido, e uma outra que seria mais lenta.
Ainda assim, já está surgindo uma divisão em Hollywood entre as empresas menores e mais criativas e grandes estúdios de cinema como a Warner Brothers e Disney.
Ao ouvir sobre a proposta da Verizon e Google, o Writers Guild of America East imediatamente a condenou como "negócio de gigantes".
Os membros do grupo que escrevem para programas de televisão, aplicativos para iPhone, seriados na Web e outros tipos de programação online ficarão com menos recursos para atingir audiências por si próprios se quiserem lançar seus próprios projetos.
A associação que reúne os grandes estúdios de Hollywood, a Motion Picture Association of America, não comentou sobre o impacto que a proposta da Verizon e do Google terá sobre o setor.
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