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Projeto de inclusão digital do Rio ganha prêmio internacional

O Fábrica Verde reduz a geração do lixo eletrônico e faz a capacitação profissional de jovens.

projeto (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 25 de outubro de 2014 às 08h45.

O projeto Fábrica Verde, desenvolvido pela Secretaria Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro em comunidades do estado, recebeu, em Paris, na França, a certificação Climate Actions Leader, concedida pela organização não governamental (ONG) R20 - Regions Climate Action, criada pelo ator e ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, e outros líderes mundiais e que é apoiada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O Fábrica Verde reduz a geração do lixo eletrônico e faz a capacitação profissional de jovens na montagem e recuperação de computadores a partir de peças e equipamentos descartados. Os computadores que são reformados ou montados pelos alunos, com peças dos equipamentos antigos, são doados para telecentros e para pesquisa escolar dos moradores das comunidades. Na avaliação do secretário de Estado do Ambiente, Carlos Portinho, o projeto contribui com a economia verde, estimulada pela R20, e qualifica jovens em situação de vulnerabilidade, indicando, para eles, um caminho com geração de renda.

Em 2014, o Fábrica Verde passou de cinco para 14 núcleos na capital, na Baixada Fluminense e no interior do Rio de Janeiro e formou 1.097 pessoas. A expectativa é que, até o fim do ano, mais 510 alunos completem os cursos. Em dois anos, o maior núcleo do projeto, que é o da Rocinha, formou 620 pessoas e reaproveitou 660 micros que seriam descartados.

Hoje (24), o Portinho dividiu a premiação com os integrantes dos 14 núcleos em uma cerimônia para celebrar a certificação na sede do Projeto EcoModa Rocinha. Cada um deles recebeu uma réplica do certificado R20. O secretário espera que agora, com o reconhecimento internacional, o projeto possa atrair grandes empresas. "Que a gente possa buscar a parceria de empresas do ramo de telecomunicações, de informática, uma Google, uma Apple ou uma Microsoft. Qualquer empresa que queira associar a sua marca a um projeto que tem um reconhecimento internacional de sustentabilidade. O projeto Fábrica Verde não só contribui na reciclagem nos equipamentos de informática, como os jovens que participam têm aulas de informática e de montagem e saem capacitados e os produtos que eles constroem podem atender às comunidades", destacou.

A coordenadora da Fábrica Verde Rocinha, Cíntia Porto, disse que estava feliz em saber que o projeto agora é reconhecido internacionalmente. "A Fábrica Verde Rocinha tem dois anos e meio e estamos formando a oitava turma. Já passaram por aqui 620 alunos. Com o projeto conseguimos mudar muita coisa na comunidade, além das aulas de montagem e manutenção na fábrica, a gente tem vários parceiros que trabalham com a gente para oferecer bem-estar na comunidade", disse.

Na avaliação do coordenador da Fábrica Verde da Chacrinha,  Alisson Lima de Souza, é importante também levar em consideração a questão ambiental. "Já trabalhamos com mais de 400 alunos, todos do entorno da comunidade. Estamos felizes porque conseguimos trabalhar com esses alunos e dar oportunidade para eles terem uma profissão. Em contrapartida, o projeto também trabalha com a questão ambiental. Temos a preocupação de passar não só as questões técnicas, como as ambientais", completou.

Agora o projeto Fábrica Verde vai estender a inclusão digital para pessoas da terceira idade. Já foram abertas as inscrições para aulas de informática no núcleo no Morro da Chacrinha, na zona norte do Rio.

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