Tecnologia

Proibido, decodificador de TVs a cabo faz sucesso no varejo

Uma vez acoplados a cabos de TVs como NET, SKY e TVA, esses equipamentos são capazes de liberar o acesso a toda grade de canais destas operadoras

Rua 25 de março, em São Paulo: Por fomentar a pirataria, o comércio desses produtos foi proibido pela Justiça Federal no fim de 2011 (Ricardo Correa/EXAME)

Rua 25 de março, em São Paulo: Por fomentar a pirataria, o comércio desses produtos foi proibido pela Justiça Federal no fim de 2011 (Ricardo Correa/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2012 às 16h20.

São Paulo - Chamados de “chupa-cabra” ou “gatonet”, os decodificadores genéricos que prometem liberar o sinal das TVs pagas e permitir acessar todos os pacotes de canais gratuitamente se tornaram um sucesso de vendas em sites de leilões e no varejo popular. Quem caminha pelas ruas da Santa Ifigênia ou navega por sites de comércio eletrônico encontra com relativa facilidade dispositivos como o Azbox, Lexusbox e Azamerica.

Uma vez acoplados a cabos de TVs como NET, SKY e TVA, esses equipamentos são capazes de liberar o acesso a toda grade de canais destas operadoras. Para funcionar, o usuário geralmente assina um pacote básico de TV paga, recebe o cabo da operadora em sua sala e, então, substitui o decodificador original pelo falso, que contém códigos para liberar o acesso a todos os canais.

Por fomentar a pirataria, o comércio desses produtos foi proibido pela Justiça Federal no fim de 2011 e, naturalmente, nunca foram homologados pela Anatel, agência que autoriza (ou não) a venda de qualquer dispositivo eletrônico no Brasil. Apesar da proibição legal, esses produtos podem ser encontrados com facilidade.

Na Santa Ifigênia, região reduto da tecnologia em São Paulo, os decodificadores estão a poucos passos de qualquer um. Durante um giro pela famosa via, INFO não teve dificuldades em encontrar um Netline ou um Azbox exposto em vitrines e prateleiras. Mesmo quando não pode ser visto numa vitrine, uma pergunta sobre “gatonet” para ambulantes será o suficiente para que o consumidor seja conduzido até alguma lojinha que tenha o aparelho. Ou, ao menos, receberá indicações de como chegar até uma delas.

Os vendedores mais jovens não têm receio de falar sobre o equipamento. Dão instruções sobre como fazer instalação, parcelam o pagamento do produto e até oferecem garantia caso o consumidor não consiga fazer o decodificador funcionar de modo adequado em sua casa. Os aparelhos são achados por preços entre 350 a 500 reais.


Os balconistas não omitem um problema recorrente que afetam esses produtos: a troca de códigos, realizado periodicamente pelas operadoras. Para driblar os piratas, as operadoras mudam de tempos em tempos os códigos que permitem acessar os canais de TV paga e atualizam apenas os decodificadores “oficiais”, fornecidos por elas mesmas aos consumidores.

Quando isso acontece, o gatonet deixa de funcionar, mas apenas temporariamente. Os próprios vendedores do centro da cidade ensinam o consumidor a burlar o sistema e indicam sites que publicam atualizações para os decodificadores falsos.

De fato, quem pesquisar na web não terá dificuldade em encontrar fóruns onde este tipo de informação circula livremente. Em conversa com a reportagem da INFO, um dos profissionais da Santa Ifigênia explicou que trabalha há quatro anos com este tipo de produto e nunca teve problemas, bem como seus clientes.

“Quando uma atualização faz seu gatonet falhar, você vai na internet, pega os novos códigos e atualiza o decodificador usando apenas um pen drive. É fácil e rápido”, diz o vendedor, que pediu para não ter seu nome divulgado.

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