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Procurador federal é condenado por cometer racismo na Internet

O acusado, de acordo com a sentença, proferiu declarações preconceituosas relacionadas a judeus, negros e nordestino

Martelo (orangesparrow via Photopin)

Martelo (orangesparrow via Photopin)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2014 às 11h17.

Leonardo Lício do Couto, procurador federal do Distrito Federal, foi condenado pelo juiz Fernando Messere, da 3ª Vara Criminal de Brasília, à pena de dois anos de prisão e ao pagamento de multa no valor de dez salários mínimos por discriminação e preconceito de raça, cor, religião e procedência nacional.

Leonardo, de acordo com a sentença, proferiu declarações preconceituosas relacionadas a judeus, negros e nordestinos na Internet, em um fórum de discussão do site CorreioWeb. Em resposta a um usuário identificado como “MOSSAD”, o procurador disse: “Apesar de ser anti-semita, endosso a opinião do MOSSAD”.

Ao ser questionado por outro usuário, identificado como “Almeida Júnior”, o motivo de Leonardo se dizer anti-semita, ele respondeu: “Na verdade, não sou apenas anti-semita. Sou skinhead. Odeio judeus, negros e, principalmente, nordestinos”. No decorrer dos comentários, Couto ainda se referiu a essas pessoas como “gentalha” e “escória da humanidade”. Quando foi provocado por “Almeida Júnior”, que disse que Leonardo não teria coragem de “eliminá-lo”, o último respondeu: “Farei um serviço à humanidade. Menos um mossoroense no mundo”.

O acusado, apesar de ter afirmado ser o autor dos comentários, alegou que não tinha intenção de discriminar ninguém e que tudo não passou de uma brincadeira de mau gosto. O juiz, no entanto, não acolheu a argumentação e explicou que em nenhum momento Leonardo parecia estar apenas brincando.

Ao Conjur, o promotor de Justiça Coordenador do Núcleo de Enfrentamento à Discriminação, Thiago Pierobom, disse que a decisão é muito importante por alertar para as consequências criminais de postagens em redes sociais. "Não é aceitável que se tolerem expressões graves de discriminação e depois se tente justificá-las como atos de brincadeira. Não se brinca de racismo. É necessário criar um cordão sanitário contra todas as formas de discriminação".

A sentença completa pode ser lida aqui.

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